Arquitetos propõem "catedral efêmera" em frente à Notre-Dame

Arquitetos propõem "catedral efêmera" em frente à Notre-Dame

Usando a madeira queimada como um símbolo de resistência, local poderia preencher muitas funções, desde serviços religiosos a exposições, passando por concertos

Correio do Povo

Estrutura ficaria pronta em seis meses

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Um projeto de uma "catedral efêmera" em frente à Notre-Dame, usando a madeira queimada como um símbolo de resistência, foi apresentado nesta segunda-feira por uma empresa de arquitetura americana para permitir que os fiéis se reúnam durante a restauração. A ideia da Gensler, intitulada "Pavillon Notre-Dame" responde em particular ao apelo do bispo Patrick Chauvet, pároco-arcipreste da catedral, por uma estrutura temporária. Localizado no pátio em frente à entreda, este espaço temporário de cerca de 1,6 mil m² poderia preencher muitas funções, desde serviços religiosos a exposições, passando por concertos. 

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Se o projeto for aceito, levará cerca de seis meses para ser construído. "Ficamos muito tocados pela tragédia", disse Philippe Paré, diretor de design da Gensler, ao jornal francês Le Figaro. “Num espírito de boa vontade, criamos este projeto com uma atitude de modéstia e simplicidade. O gabinete produziu modelos de uma estrutura que podem acomodar até 800 pessoas em configuração em massa”.

Os arquitetos imaginaram erguer a estrutura usando usando madeira queimada. "Essa escolha tem um forte simbolismo: é uma técnica antiga, permitindo mais longevidade e estabilidade, preservando a madeira contra os efeitos do fogo. O que causou a tragédia, o incêndio, só vai fortalecer e proteger o edifício”. Materiais transparentes como policarbonato translúcidos e airbags devem ser usados ​​para criar um espaço claro.

A catedral também teria painéis móveis para reconfigurar seu espaço conforme necessário, inclu. "Queríamos criar um relacionamento visual com o céu e garantir que a catedral emitisse luz dia e noite. A ideia não era reproduzir Notre-Dame da mesma forma, mas sim capturar o espírito", acrescenta ele, enfatizando "a justaposição da modernidade com antiguidade", explicou.

A necessidade de construir uma estrutura temporária  incluindo espaços para celebrações, confessionários, uma loja para turistas foi evocada muito rapidamente pela arquidiocese e pelas autoridades, após o fogo de 15 de abril. O ambicioso projeto, que ainda está em fase conceitual, pôde ver a luz do dia em seis meses e ocupar parte da praça até o final do projeto, previsto para 2024 de acordo com o desejo do presidente Emmanuel Macron.


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