Astronautas de lançamento abortado da Soyuz decolam novamente para a estação espacial

Astronautas de lançamento abortado da Soyuz decolam novamente para a estação espacial

AFP

Astronautas de lançamento abortado da Soyuz decolam novamente para a estação espacial

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O astronauta da Nasa Nick Hague e seu colega russo Alexey Ovchinin, que sobreviveram a um lançamento abortado da Soyuz no ano passado, decolaram novamente rumo à Estação Espacial Internacional (ISS) nesta quinta-feira. Os dois decolaram junto com a astronauta americana Christina Koch, do cosmódromo russo de Baikonur, no Cazaquistão, às 19h14 GMT (16h14min em Brasília).

O lançamento é acompanhado de perto, depois que a viagem espacial dos dois homens foi interrompida em outubro, quando um problema técnico com o foguete Soyuz fez com que a missão fosse abortada após dois minutos de voo. Ambos escaparam ilesos. Foi o primeiro acidente desse tipo na história pós-soviética da Rússia e um grande revés para a sua outrora orgulhosa indústria espacial.

Falando a repórteres antes de sua missão de seis meses, o comandante de voo Ovchinin disse que alguns componentes defeituosos no veículo de lançamento foram encontrados e substituídos nesta semana. "Ontem eles encontraram algumas avarias menores", disse Ovchinin, de 47 anos, na quarta-feira. Ele insistiu que o veículo de lançamento estava em bom estado. "Não há problemas", disse Ovchinin. Hague, 43 anos, disse que estava ansioso pelo voo - sua segunda tentativa de entrar no espaço. "Estou 100% confiante no foguete e na nave espacial", disse. A missão de outubro foi abortada devido a um sensor danificado durante a montagem do foguete.

Antiga, porém confiável 

O especialista espacial Vadim Lukashevich disse que as substituições de última hora não são nada fora do comum. "A Soyuz é uma máquina antiga, mas confiável", disse à AFP. A indústria espacial da Rússia sofreu nos últimos anos muitos contratempos, incluindo a perda de naves espaciais de carga e de um grande número de satélites. Ovchinin, que passou seis meses na ISS durante uma missão anterior em 2016, fez questão de minimizar o drama do pouso de emergência de outubro. A interrupção foi "um pouco decepcionante" depois de preparações que duraram um ano e meio, mas também "uma experiência interessante e necessária" que testou a profundidade de preparo do programa espacial, afirmou. O voo de seis horas de Koch, Hague e Ovchinin, nesta quinta-feira, será vigiado de perto por outro motivo também.

O lançamento de teste bem-sucedido da SpaceX de seu veículo Dragon para a ISS desafiou um monopólio de oito anos em viagens à estação espacial desfrutado pela Rússia desde que a Nasa interrompeu os lançamentos de seus ônibus espaciais. Falando aos repórteres, o trio e sua equipe de apoio de três homens enfatizaram a cooperação em vez da concorrência após a missão Dragon, vista por alguns como o início de uma era de viagens espaciais comerciais dirigida por empresários como Elon Musk, dono da SpaceX. Koch, uma novata espacial de 40 anos, chamou o sucesso da SpaceX de um "grande exemplo do que temos feito há muito tempo, isto é, cooperando entre parceiros e fazendo coisas que são muito difíceis parecerem fáceis", disse.

Primeiras caminhadas espaciais

Já houve um lançamento tripulado bem sucedido para a ISS desde a fracassada missão da Soyuz. Oleg Kononenko, da agência espacial russa Roscosmos, Anne McClain, da Nasa, e David Saint-Jacques, da Agência Espacial Canadense, partiram para a estação espacial em dezembro e devem cumprimentar seus novos colegas tripulantes na manhã de sexta-feira. Durante sua missão, McClain, Saint-Jacques, Hague e Koch devem realizar as primeiras caminhadas espaciais de suas carreiras. A Estação Espacial Internacional - uma rara área de cooperação entre Moscou e Washington - está orbitando a Terra a cerca de 28 mil quilômetros por hora desde 1998.


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