Atentado reinvindicado pelo EI deixa mais de 130 mortos em Bagdá

Atentado reinvindicado pelo EI deixa mais de 130 mortos em Bagdá

Segundo informações oficiais, um carro-bomba explodiu no centro da capital do Iraque

Agência Brasil

Atentado reinvindicado pelo EI deixa mais de 130 mortos em Bagdá

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* Com informações da AE

Mais de 130 pessoas morreram e 150 ficaram feridas neste domingo em dois atentados terroristas em Bagdá, informaram autoridades iraquianas. Entre os mortos, estão 25 crianças.

Segundo informações oficiais, um carro-bomba explodiu no bairro de Karada, no centro da capital, em um local repleto de jovens e de famílias que celebravam o fim do Ramadã, o mês sagrado dos islâmicos. Poucas horas antes, na parte oriental da cidade, outro carro-bomba explodiu. Ambos os ataques foram reivindicados pelo grupo terrorista Estado Islâmico.

O governo do Iraque retomou recentemente a cidade de Fallujah das mãos do Estado Islâmico. De acordo com fontes iraquianas, os ataques de hoje foram uma espécie de vingança pela ação militar na cidade.

O primeiro-ministro, Haider al Abadi, foi pela manhã ao local do atentado e prometeu punir os responsáveis pelo ataque. No entanto, os habitantes estão furiosos diante da incapacidade do governo em impedir este tipo de ataque. Um vídeo, que circula nas redes sociais, mostra homens lançando pedras contra um comboio que parece ser o de Abadi.

A explosão também provocou danos importantes. Vários imóveis e lojas foram arrasados pelas chamas. O EI afirmou que um de seus combatentes detonou um carro-bomba perto de uma reunião de muçulmanos xiitas, segundo o centro de acompanhamento de grupos terroristas SITE.

O ataque foi registrado uma semana após o EI ter perdido a cidade de Fallujah, reconquistada no dia 26 de junho pelas tropas governamentais iraquianas, com o apoio da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.

O atentado demonstra que, apesar das derrotas sofridas no Iraque e na Síria, o EI mantém sua capacidade operacional e é capaz de atacar longe de suas bases. O grupo, que reivindicou vários atentados em Bagdá e em outras cidades do Iraque, conquistou em 2014 grandes extensões do país, mas desde então perdeu espaço.

A única cidade principal que ainda está sob seu controle é Mossul, segunda cidade do país, localizada no Norte do território. As tropas iraquianas lançaram várias ofensivas para recuperá-la.

O último ataque de grande porte do EI em Bagdá ocorreu em 17 de maio. Foi um duplo atentado que deixou 50 mortos e mais de 100 feridos. Estes ataques são uma amostra da incapacidade do governo em tomar medidas eficazes, apesar do apoio da coalizão internacional que treina as tropas iraquianas na luta antiterrorista.

A eficácia dos detectores de explosivos e dos controles para entrar na capital é questionada. Muitos acreditam que a verificação dos documentos de identidade e dos veículos é realizada de forma superficial.

Capacidades de ataque

O ataque também ocorreu dois dias após o Pentágono anunciar a morte de dois chefes militares do EI em um ataque da coalizão perto de Mossul em 25 de junho.

No bombardeio "morreram Basim Mohamed Sultan al-Bajari, o vice-ministro de guerra do EI, e Hatim Talib al-Hamduni, um comandante militar de Mossul", segundo a mesma fonte. Ambos eram dois dos "principais responsáveis militares do EI no norte do Iraque" e sua morte permite "preparar o terreno para que as tropas iraquianas libertem Mossul com o apoio da coalizão".

Os Estados Unidos esperam concluir a campanha militar contra o grupo Estado Islâmico até o fim do verão de 2017.

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