Austrália não dará "tratamento especial" a Assange e não intervirá em extradição, diz premiê

Austrália não dará "tratamento especial" a Assange e não intervirá em extradição, diz premiê

Primeiro-ministro Scott Morrison afirmou que o fundador do WikiLeaks terá assistência consular como qualquer outro australiano

Correio do Povo

Austrália vai se opor a extradição em caso de pena de morte

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* Com informações da AFP

O primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, afirmou que o país está fornecendo assistência consular a Julian Assange após sua prisão em Londres, mas garantiu que o fundador do Wikileaks não receberá "nenhum tratamento especial". Em campanha eleitoral, o premiê disse hoje que o homem terá o mesmo apoio que qualquer outro australiano que esteja com problemas no exterior e comentou que o pedido de extradição "não tem nada a ver conosco" por parte da Justiça norte-americana não diz respeito a ele. "Tem a ver com os Estados Unidos. Quando os australianos viajam para o exterior e se encontram em dificuldades com a lei, eles enfrentam os sistemas judiciais desses países. Não importa qual o crime em particular que eles supostamente tenham cometido. É assim que o sistema funciona".

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Morrison disse que um pedido de assistência foi feito durante e estava sendo tratado por funcionários. Na noite de quinta-feira, Morrison se encontrou com a ministra das Relações Exteriores, Marise Payne, que conversou com o Alto Comissário do Reino Unido, George Brandis, sobre o assunto. "Há um processo judicial que será seguido por meio de uma série de questões". Payne alertou que as autoridades australianas receberam o conselho de se opor à extradição caso Assange possa enfrentar a pena de morte por outras acusações. "A Austrália é completamente contra a pena de morte e essa é uma posição bipartidária", disse, completando que "a questão da extradição é entre os Estados Unidos e o Reino Unido".

Há sete anos, Assange gozava de asilo na embaixada do Equador em Londres. Esse status terminou de maneira brusca na quinta-feira, quando foi preso, e a polícia o tirou arrastado da missão diplomática. Depois, um tribunal o declarou culpado de ter violado sua liberdade condicional britânica em 2012, podendo ser condenado a um ano de prisão. Após sua detenção, o Departamento americano de Justiça anunciou que pediu sua extradição para julgá-lo por ter ajudado a ex-analista de Inteligência Chelsea Manning a acessar milhares de documentos de defesa confidenciais em 2010.


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