Autoridade eleitoral desiste de pedir polêmica recontagem de votos na Colômbia

Autoridade eleitoral desiste de pedir polêmica recontagem de votos na Colômbia

Aliança de esquerda conquistou maior parte das caderias do senado local

AFP

Colombianos devem eleger presidente em 2022

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A autoridade eleitoral da Colômbia desistiu nesta terça-feira de pedir a recontagem dos votos para o Senado, após múltiplas inconsistências na contagem inicial que levantaram suspeitas de fraude tanto no partido no poder quanto na oposição. "Para a tranquilidade das forças políticas, não vou apresentar o pedido de recontagem dos votos", disse o registrador nacional, Alexandre Vega, durante reunião com o governo e delegados dos partidos.

Muito questionado pela apuração parcial das eleições legislativas de 13 de março, Vega propôs na segunda-feira uma recontagem dos votos que determinaram a composição da Câmara Alta. Sua proposta caiu mal na esquerda, que denunciou uma tentativa de manipulação. No primeiro relatório, o órgão eleitoral não contabilizou cerca de 500 mil votos para o Pacto Histórico, coligação de partidos de esquerda liderada pelo candidato à presidência Gustavo Petro.

A aliança opositora obteve a melhor votação ao conquistar 44 cadeiras no senado contra as 41 inicialmente indicadas. O escrutínio confirmou o avanço do Pacto Histórico sobre o partido no poder, punido nas urnas. Petro rejeitou a ideia da recontagem e denunciou que por meio desse mecanismo queriam cortar a votação obtida por sua coalizão.

"Os votos estão em custódia, a cadeia de custódia está mantida e estamos dando todo o apoio aos juízes da República para finalizar a apuração", respondeu Vega, que insiste que não há motivos para suspeitas de fraude. "Que bom que voltamos à institucionalidade democrática na apuração eleitoral", comemorou Petro no Twitter após saber da decisão do registrador. O ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010), à frente do partido Centro Democrático, alinhado à direita e que governa o país, havia solicitado a recontagem.

A ONG Missão de Observação Eleitoral criticou a falta de treinamento dos responsáveis pela contagem dos votos antes das eleições, enquanto os delegados da União Europeia apontaram falhas no desenvolvimento dos formatos. Em 29 de maio, os colombianos elegerão o sucessor do presidente Iván Duque, em uma eleição na qual Petro é o grande favorito para ser o primeiro presidente de esquerda do país.


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