Barry chega à costa dos EUA como furacão de categoria 1

Barry chega à costa dos EUA como furacão de categoria 1

Tempestade enfraqueceu conforme avançou causando inundações na Louisiana

AFP

Foi declarado estado de emergência nos estados de Louisiana, Mississippi, Alabama, Arkansas e Tennessee

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A tempestade Barry se transformou em furacão de categoria 1 neste sábado, ao se aproximar da costa de Louisiana. O furacão chegou a apresentar ventos de cerca de 120 km/h, um pouco acima do mínimo para ser classificado na categoria 1, anunciou o Centro Nacional de Furacões (NHC) em seu último boletim. Depois de atingir o continente, os ventos perderam força e Barry retomou o status de tempestade tropical, ainda com grande potencial de destruição.

A expectativa é que enfraqueça mais, conforme vá se dirigindo para o norte de Louisiana. Neste sábado, milhões de habitantes da costa se prepararam para sua chegada e, durante a manhã, Barry causou inundações, especialmente nas zonas costeiras.

As autoridades aumentaram as evacuações de moradores iniciadas na véspera, companhias aéreas cancelaram os voos, e diques foram instalados contra o aumento no volume das águas. Um show dos Rolling Stones previsto para domingo em Nova Orleans foi adiado para segunda-feira. "Estamos aqui com vocês, atravessaremos isso juntos", disse o grupo de rock em um comunicado. A prefeita de Nova Orleans, LaToya Cantrell, pediu aos habitantes que se mantenham a salvo. As autoridades da cidade impuseram um toque de recolher na madrugada deste sábado em Nova Orleans e em outras localidades.

Estado de emergência

A "extraordinária quantidade de umidade" que o Barry arrasta apresenta um "potencial de fortes chuvas" também na zona norte dos Estados Unidos, advertiu o diretor do NHC, Ken Graham, em um vídeo transmitido por Facebook Live. Como se desloca "lentamente", as precipitações são "um problema" para os cursos de água e aumentam o risco de inundações repentinas, mesmo nos estados afastados do Golfo do México, como o Missouri. O nível do mar e do lago Pontchartrain registraram um aumento que pode chegar a até 1,8 metro.

O governador de Louisiana, John Bel Edwards, garantiu que Nova Orleans está bem preparada para enfrentar a situação, mas advertiu, no Twitter, que "ninguém deve achar que isso não é serio". Milhares de pessoas já estão isoladas na zona de Plaquemines Parish, onde as fortes chuvas bloquearam algumas estradas antes da chegada de Barry. Dezenas de pessoas se refugiaram no auditório Belle Chasse de Plaquemines, enquanto outros seguiram para casas de parentes, ou de amigos, em áreas mais elevadas. Diante da ameaça de inundações, foi declarado estado de emergência nos estados de Louisiana, Mississippi, Alabama, Arkansas e Tennessee, o que permite a liberação de verbas federais.

"Será a primeira vez que teremos um furacão enquanto o rio Mississippi está em cheia", disse o governador. Até agora já caíram entre 150 e 200 mm de chuva sobre a cidade de Nova Orleans, provocando inundações. Algumas estradas estão inundadas desde quarta-feira.

Os habitantes colocaram sacos de areia nas portas de suas casas e estabelecimentos comerciais e já trabalham na limpeza e coleta de lixo, ajudados por equipes especializadas, constatou um jornalista da AFP. Foram emitidas ordens de evacuação para a península ao sul de Nova Orleans, e "mais de 300 ônibus estão prontos para levar as pessoas a abrigos", disse Edwards.

O trauma do Katrina

Louisiana continua traumatizada pela lembrança do devastador furacão Katrina (categoria 5) em agosto de 2005. Os diques que protegiam Nova Orleans sucumbiram então à pressão da água, inundando 80% da cidade e deixando cerca de mil mortos, de um saldo total de mais de 1.800 durante o desastre.

Os diques na margem do rio e em Nova Orleans são capazes de aguentar, segundo o governador, enquanto 118 bombas estão instaladas na principal cidade do estado. De acordo com meteorologistas, os diques estão preparados para suportar uma inundação de 6,10 metros e o rio deve atingir um máximo de 5,79 metros.


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