Biden anuncia "volta da diplomacia norte-americana" e reitera antagonismo à China

Biden anuncia "volta da diplomacia norte-americana" e reitera antagonismo à China

Presidente dos EUA também se comprometeu com pressão contra interferência da Rússia

AE

Democrata salientou ainda reposicionamento militar para atender interesses diplomáticos

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta quinta-feira que o país irá retomar a posição de líder diplomático mundial, restaurando alianças globais, as quais ele chamou de "maior trunfo norte-americano", para resolver problemas atuais e futuros. "A diplomacia norte-americana está de volta ao centro da nossa política exterior", disse Biden, em discurso durante visita ao Departamento de Estado dos EUA.

O chefe da pasta, Antony Blinken, afirmou que a diplomacia é necessária para conter a pandemia de Covid-19, a crise ambiental e o autoritarismo global. Entre as questões que serão endereçadas, Biden reiterou seu compromisso com os esforços para frear a "ambição" da China de rivalizar com os EUA e confrontar o que ele considera abusos econômicos e contra os direitos humanos cometidos pelo país asiático.

Ele deixou aberta, porém, a possibilidade de trabalhar com Pequim se for pelo bem da população dos EUA. "Se as leis de comércio internacional não nos prejudicarem e a propriedade intelectual for respeitada, nenhum país pode se igualar a nós, nem mesmo a China", frisou.

O presidente também destacou que "não hesitará em aumentar o custo" sobre a Rússia diante de interferências do país em eleições nos EUA e ciberataques contra instituições norte-americanas. "Devemos enfrentar determinação da Rússia de danificar nossa democracia", disse. Além disso, Biden protestou contra o suposto atentado cometido pelo governo de Vladimir Putin ao ativista russo Alexei Navalny, preso após retornar ao seu país natal. Segundo Biden, Navalny é alvo de Putin por expor a corrupção de seu governo.

Biden ainda reforçou compromisso em seguir apoiando a Arábia Saudita contra ameaças bélicas do Irã e de outros países vizinhos no Oriente Médio. Entre anúncios, o presidente informou que assinará uma ordem executiva para restabelecer o programa que garante a entrada de refugiados no país. Ele ainda disse que os Departamentos de Estado e de Defesa vão revisar a utilização das tropas militares dos EUA para alinhá-las com as prioridades diplomáticas do governo.

"Investimos em diplomacia não porque é o certo a se fazer para o mundo, mas porque queremos viver em paz, segurança e prosperidade. É pelo nosso puro interesse", completou Biden, após reiterar ainda que considera uma imprensa livre essencial à democracias, em tom contrário ao de seu antecessor, Donald Trump.

 


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