Biden quer investir quase dois trilhões de dólares em infraestrutura

Biden quer investir quase dois trilhões de dólares em infraestrutura

Os investimentos seriam particularmente financiados pelo aumento do imposto sobre as empresas

AFP

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, vai propor nesta quarta-feira um investimento de quase dois trilhões de dólares em infraestruturas, com o objetivo de gerar empregos e colocar em prática um plano que deseja transformar em símbolo de sua gestão. A primeira fase do programa "Build Back Better" (Reconstruir Melhor), que será apresentado em um discurso em Pittsburgh, Pensilvânia, detalhará os investimentos previstos para oito anos.

O plano inclui destinar 620 bilhões de dólares ao setor de transporte para modernizar mais de 32 mil quilômetros de estradas e rodovias. Acusado por seu antecessor Donald Trump de ser um político sem ideias e sem diretrizes fortes, Biden deseja transformar o plano em um dos símbolos de seu mandato.

O presidente "pensa que seu papel é o de oferecer uma perspectiva ousada sobre como podemos investir em nosso país, nossas comunidades, nossos trabalhadores", disse sua porta-voz, Jen Psaki. Os investimentos seriam particularmente financiados pelo aumento do imposto sobre as empresas, que passaria de 21% para 28%.

De acordo com a Casa Branca, após o aumento, a taxa permaneceria no menor nível desde a Segunda Guerra Mundial, com exceção dos anos sob a reforma fiscal de Trump, aprovada em 2017. A nova ofensiva legislativa acontece pouco depois de o Congresso aprovar um plano de 1,9 trilhão de dólares para reparar os danos provocados pela pandemia de Covid-19 na economia.

O discurso desta quarta-feira será o ponto de partida de uma batalha no Congresso, que promete ser tão áspera como incerta. A maioria democrata é muito apertada, e duras negociações são esperadas. Os próximos meses serão um teste para a habilidade de negociação de Biden, um ex-senador e veterano da política de Washington.

"Urgência do momento"

"O presidente quer mostrar claramente que tem um plano e que está aberto à discussão", afirmou uma fonte da Casa Branca. "Mas ele não assumirá compromissos ante a urgência do momento e a necessidade de realmente entregar algo para o povo americano e conseguir reconstruir melhor", completou.

O plano considera ampliar "a revolução dos carros elétricos" com, por exemplo, a mudança para ônibus elétricos de 20% da frota destinada ao transporte escolar. Também considera construir infraestruturas mais resistentes às evoluções vinculadas à mudança climática.

Reparar ou construir estradas, pontes, ferrovias, portos e aeroportos é uma ideia com grande significado para os americanos em geral, pois boa parte das infraestruturas do país data da década de 1950, e sua deterioração é inquestionável. Mas alcançar um consenso entre democratas e republicanos não será fácil.

Donald Trump e Barack Obama, os dois antecessores de Biden, também fizeram declarações sobre possíveis acordos e grandes promessas na área, que terminaram em fracasso. O secretário dos Transportes, Pete Buttigieg, que estará na linha de frente do plano, acredita que, desta vez, o roteiro será diferente.

"Temos uma oportunidade extraordinária de conseguir o apoio dos dois partidos para pensar grande e dar provas de coragem nas infraestruturas", disse Buttigieg. "Não é necessário explicar aos americanos que devemos trabalhar nas infraestrutura, e a realidade é que não se pode separar a dimensão climática deste desafio", afirmou.


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