Boris Johnson anuncia fim de restrições contra Covid-19 na Inglaterra

Boris Johnson anuncia fim de restrições contra Covid-19 na Inglaterra

Decisão do premiê se limita ao território inglês, enquanto os outros três países do Reino Unido seguem as próprias regras

R7

Boris Johnson foi duramente criticado pela oposição após decisão

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O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou nesta segunda-feira o fim do isolamento obrigatório na Inglaterra para os casos positivos de Covid-19, uma medida chave e controversa em uma estratégia para conviver com o coronavírus como se faz com a gripe. "Já temos níveis de imunidade suficientes para passar da proteção das pessoas através de intervenções governamentais a [uma abordagem baseada em] vacinas e tratamentos como primeira linha de defesa", declarou o chefe do governo no Parlamento.

"As restrições têm um custo importante para nossa economia, nossa sociedade, nosso bem estar mental e as oportunidades dos nossos filhos e não temos que continuar pagando este preço por mais tempo", acrescentou. O fim do isolamento para as pessoas infectadas com a Covid-19 entra em vigor na próxima quinta-feira. No entanto, até 1º de abril, recomenda-se permanecer em casa em caso de teste positivo

Johnson destacou que a pandemia não acabou, mas que graças à "incrível" dispersão das vacinas, o país está um passo mais perto de "voltar à normalidade" e de "finalmente devolver a liberdade às pessoas", sem deixar de se proteger.

Johnson ressaltou que mais de 71% dos adultos receberam três doses de alguma das vacinas anti-Covid na Inglaterra, 93% da população de mais de 70 anos.

Ao mesmo tempo, o governo tenta continuar com sua campanha de vacinação, com a aplicação na primavera no hemisfério norte da quarta dose da vacina para maiores de 75 anos e os mais vulneráveis.

Após o pico provocado pela variante ômicron em janeiro, Johnson tinha suspenso a maioria das restrições em vigor, como o uso de máscaras em ambientes fechados e o passaporte sanitário para acessar discotecas ou eventos maciços. Dois anos depois do início da pandemia, o Reino Unido é uma das nações mais afetadas pela Covid-19, com 160 mil mortos.

Embora o número de casos tenha diminuído com força no Reino Unido (cerca de 40 mil por dia), a própria rainha Elizabeth II testou positivo para a Covid-19, segundo informações divulgadas no domingo. A monarca de 95 anos tem um quadro leve com sintomas similares aos de um resfriado.

Na área da saúde, as decisões do governo de Londres se limitam à Inglaterra, enquanto os outros três países do Reino Unido (Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte) têm suas próprias competências sanitárias.

"Pouco sábio"

Os partidos da oposição acusam Johnson de querer distrair a atenção em um momento em que o cargo de primeiro-ministro está em perigo pela investigação de uma série de festas na residência oficial de Downing Street durante o confinamento.

Os trabalhistas compararam a medida de eliminar os exames gratuitos a "substituir sua melhor defesa a dez minutos do fim de uma partida". "Boris Johnson está declarando vitória antes do fim da guerra, em uma tentativa de distrair a atenção da polícia que bate à sua porta", criticou a porta-voz de questões de saúde do Partido Trabalhista, Wes Streeting.

O premiê também é acusado de querer agradar os representantes conservadores, insatisfeitos com as restrições às liberdades públicas. Por sua vez, a Confederação dos NHS, que representa os mais altos dirigentes do sistema nacional de saúde, informaram que uma consulta interna destacou que a maioria dos membros se opõem a pôr fim às medidas de isolamento e dar testes gratuitos à população.

David Nabarro, delegado da OMS (Organização Mundial da Saúde) especializado em Covid, expressou que eliminar a lei sobre o isolamento dos contagiados parece "realmente pouco sábio"


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