Brasil buscará comércio aberto e livre, diz Itamaraty sobre afastamento argentino do Mercosul

Brasil buscará comércio aberto e livre, diz Itamaraty sobre afastamento argentino do Mercosul

Argentina está em recessão há dois anos e a mais recente projeção do FMI prevê um recuo do PIB de 5,7% este ano

AFP e Correio do Povo

País teme impactos do novo Coronavírus

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Em uma reação à decisão da Argentina de se afastar do Mercosul nas futuras negociações de livre comércio do grupo, diante da incerteza sobre os efeitos na economia da pandemia do novo coronavírus, o Ministério da Relações Exteriores do Brasil destacou que o governo brasileiro "continuará, junto com Paraguai e Uruguai, a perseguir o objetivo de comércio aberto e livre com outros países".

"A decisão argentina confere transparência aos processos negociadores em curso e facilitará a busca de melhores resultados para todos os atores do Mercosul interessados na abertura comercial com o mundo", acrescentou. O comunicado destaca que a Argentina continuará com o processo para colocar em marcha o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, aprovado no ano passado pelos dois blocos e que aguarda a ratificação dos Parlamentos de cada um dos países.

A Argentina está em recessão há dois anos e a mais recente projeção do FMI prevê um recuo do PIB de 5,7% este ano, após as quedas de 2,2% em 2019 e de 2,6% em 2018. "A Argentina se previne dos efeitos da pandemia enquanto protege as empresas, o emprego e a situação das famílias mais humildes. Faz isto de forma diferente de alguns sócios, que defendem uma aceleração das tratativas visando acordos de livre comércio com Coreia do Sul, Singapura, Líbano, Canadá e Índia, entre outros", disse a chancelaria.

Após a divulgação da decisão, o governo paraguaio, que ocupa a presidência pró-tempore do bloco, destacou em um comunicado que junto com os demais Estados-membros avaliará "as medidas jurídicas, institucionais e operacionais mais adequadas" para "não afetar o processo de construção comunitária do Mercosul e das negociações comerciais em curso".

O chanceler uruguaio, Ernesto Talvi, também se referiu à medida adotada pelo governo argentino, ressaltando que este "não dificultará o avanço das negociações em curso ou outras que possam ser lançadas nos próximos meses".  "Desejamos um pronto retorno à mesa. Juntos somos mais", expressou Talvi na noite de sexta pelo Twitter.

 

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