Cartazes de campanha 'racistas' da oposição causam escândalo na África do Sul

Cartazes de campanha 'racistas' da oposição causam escândalo na África do Sul

Em julho, o país viveu uma onda de violência e saques sem precedentes que causaram mais de 350 mortes

AFP

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Os responsáveis pela morte de quase 30 negros suspeitos de saques nos distúrbios de julho na África do Sul aparecem agora como "heróis" em cartazes de campanha do primeiro partido opositor.

"Jamais me perdoarei por ter chamado de heróis os sul-africanos comuns que se levantaram para defender a lei e a ordem", declarou nesta quarta-feira (6) à imprensa o chefe da Aliança Democrática (DA), John Steenhuisen, em ato de campanha em Midrand, perto de Joanesburgo.

Em 1º de novembro, o país elegerá os vereadores de mais de 250 municípios.

O partido do Congresso Nacional Africano (ANC, no poder), "os acusa de racistas", mas "a Aliança Democrática os chama heróis", dizem os cartazes de campanha do DA pendurados nos muros da cidade de Kwazulu-Natal, a 25 km de Durban.

Em julho, o país viveu uma onda de violência e saques sem precedentes que causaram mais de 350 mortes. A princípio, os distúrbios foram desencadeados pela prisão do ex-presidente Jacob Zuma, mas o atual chefe de Estado Cyril Ramaphosa denunciou uma tentativa orquestrada para desestabilizar o país.

A polícia foi rapidamente oprimida em Phoenix quando a população, em sua maioria de origem indiana, tomou as armas para defender a cidade e os comércios. Trinta e seis pessoas - majoritariamente negras - morreram, causando tensões raciais no país, onde esse problema permanece vigente cerca de 30 anos após o fim do apartheid.

Os que tomaram as armas "são heróis, sejam negros, brancos ou indianos", acrescentou Steenhuisen, que rejeita a acusação de racismo. Para o ANC, que perde popularidade nas urnas, os cartazes da Aliança Democrática são "vergonhosos e fascistas".


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