Clima de violência toma Buenos Aires com protestos contra reforma da previdência
Capital da Argentina parou com confrontos de manifestantes e policiais
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Para criticar a reforma da previdência, a indignação estava estampada no rosto dos argentinos. O comércio nas ruas centrais fechou as portas. Ao se aproximar do Congresso Nacional, era possível visualizar o confronto entre manifestantes e policiais. Com o rosto coberto, pessoas arrancavam pedaços de pedra das calçadas para atirar na polícia, que revidava com bombas de efeito moral e gás lacrimogênio. Bancas de revistas foram queimadas e fogos de artifício atirados contra os policiais. Nos monumentos das praças centrais, pessoas se arriscavam ao subir em alturas elevadas para tremular a bandeira da Argentina. A tensão tomou conta de Buenos Aires.
Alguns manifestantes exibiam os rostos com ferimentos causados no confronto com a polícia. Dezenas de pessoas foram encaminhadas a hospitais da capital argentina, as sirenes das ambulâncias se misturavam aos gritos de protesto. “A nossa remuneração vai ficar mais baixa, não vai acompanhar a inflação, além do fato do tempo de serviço ficar prolongado”, reclamou um aposentado que vestia a camiseta do Sindicato dos Docentes da Argentina.
Nos moldes atuais, os homens se aposentam com 65 anos, e as mulheres com 60, tendo no mínimo 30 anos de contribuição. Na proposta do governo Macri, esses trabalhadores poderiam optar pela aposentadoria aos 70 anos, mas com um cálculo de reajuste diferente do que é aplicado atualmente. O benefício mínimo para um aposentado na Argentina é de cerca de 400 dólares. Esse valor engloba praticamente 50% dos aposentados. O restante recebe, em média, entre 50 a 60% do salário de quando exerciam suas atividades. A proposta é analisada por parlamentares.