Coalizão árabe admite "erros" no bombardeio que matou 40 crianças no Iêmen

Coalizão árabe admite "erros" no bombardeio que matou 40 crianças no Iêmen

Organização se referiu ao equívoco como "danos colaterais"

AFP

Bomba que atingiu ônibus escolar foi vendida pelos Estados Unidos

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A coalizão liderada pela Arábia Saudita admitiu neste sábado erros no bombardeio de agosto no Iêmen que matou 51 pessoas, incluindo 40 crianças. O ataque, no dia 9 de agosto, atingiu um ônibus que transportava crianças em um mercado muito movimentado de Dahyan, na província de Saada, reduto dos rebeldes huthis, norte do país. O ataque foi atribuído à coalizão que ajuda o governo iemenita em seu conflito com os rebeldes.

O bombardeio gerou uma onda de indignação internacional e vários pedidos de investigação. O Conselho de Segurança da ONU pediu um apuração "confiável e transparente". A coalizão afirmou que tinha como alvo um ônibus que transportava rebeldes e pediu desculpas ao citar "danos colaterais".

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O porta-voz da comissão de investigação do bombardeio, Mansur Al Mansur, voltou a defender neste sábado que no ônibus viajavam "líderes huthis" e que alguns rebeldes faleceram no ataque. O bombardeio, no entanto, "provocou danos colaterais", completou, em referência às mortes das crianças, cujos responsáveis devem ser "castigados".

Ele afirmou que um dos erros foi que "a ordem para não atirar contra o ônibus que estava no meio dos civis chegou com atraso". Também se equivocaram porque "o objetivo não constituía um perigo imediato e o fato de atacar um ônibus em meio a uma zona residencial não era justificado no momento".

A coalizão liderada pela Arábia Saudita é acusada de cometer muitos abusos contra civis no conflito do Iêmen, no qual os rebeldes huthis recebem apoio do Irã, o grande inimigo regional da monarquia saudita. As autoridades sauditas alegam que os huthis se misturam aos civis ou utilizam estes últimos como escudos humanos.

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