Coalizão afirma que armas usadas em ataques contra a Arábia Saudita 'vieram do Irã'

Coalizão afirma que armas usadas em ataques contra a Arábia Saudita 'vieram do Irã'

Rebeldes huthis do Iêmen ameaçaram lançar novos ataques contra a Arábia

Correio do Povo com agências

A petroleira saudita Aramco tem em Abqaiq, 60 quilômetros a sudoeste de Dhahran (onde fica sua sede), a maior usina de processamento de petróleo do mundo. São produzidos dois terços dos 10 milhões de barris prospectados por dia

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O porta-voz da coalizão que atua no Iêmen contra os rebeldes xiitas huthi disse, nesta segunda-feira, que o armamento utilizado nos ataques contra instalações petroleiras na Arábia Saudita é procedente do Irã. "A investigação continua e todas as indicações apontam que as armas utilizadas são provenientes do Irã", afirmou o coronel saudita Turki al Maliki. 

Por outro lado, rebeldes huthis do Iêmen ameaçaram lançar novos ataques contra a Arábia Saudita. "Temos um braço comprido que pode chegar a qualquer lugar, a qualquer momento", disse o porta-voz militar Yahiya Saree, dirigindo-se ao "regime saudita". Os ataques foram reivindicados pelos rebeldes huthis do Iêmen, que enfrentam uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita há cinco anos e são apoiados pelo Irã. 

No último sábado, ataques com drones à companhia petrolífera saudita Aramco fizeram a maior exportadora do mundo reduzir pela metade sua produção de petróleo. Hoje os preços do barril dispararam no mercado internacional.

Reação nas bolsas

A Bolsa de Nova York abriu no vermelho nessa segunda-feira, com investidores preocupados com o aumento dos preços do petróleo. Dow Jones perdia 0,41% e o Nasdaq 0,67%. O índice industrial Dow Jones registrou seu oitavo aumento consecutivo com um aumento de 0,14%, e o Nasdaq, de valores tecnológicos, caiu 0,22%.

Por outro lado, autoridades sauditas estão estudando a possibilidade de adiar sua esperada entrada no mercado de ações da gigante petrolífera Aramco, depois que os ataques às instalações de energia sauditas reduziram significativamente a oferta global do insumo. "Eles estão tentando examinar os danos. É uma possibilidade, mas ainda é muito cedo para dizer", disse uma das fontes, sob condição de anonimato. A Aramco esperava entrar no mercado de ações em novembro, em nível local, e em 2020 em uma bolsa de valores internacional, disseram fontes à AFP na semana passada.

"Não precisamos do petróleo do Oriente Médio"

Donald Trump disse hoje que os Estados Unidos não precisam de petróleo do Oriente Médio. "Somos um exportador e agora o maior produtor de energia do mundo", escreveu no Twitter. "Não precisamos do petróleo e do gás do Oriente Médio e, na verdade, temos poucos cargueiros por lá, mas ajudaremos nossos aliados", acrescentou o presidente republicano. 

Os Estados Unidos são o principal produtor de petróleo do mundo, com 18 milhões de barris por dia em 2018, segundo a Agência de Informação Energética (EIA). A Arábia Saudita é o principal exportador mundial de petróleo e o segundo maior produtor. O preço do petróleo disparou nesta segunda-feira em Londres e acentuaram os temores de escalada militar entre os Estados Unidos e o Irã. 

Diante da redução da produção saudita, Trump autorizou o uso de petróleo das reservas estratégicas do país e disse que está pronto para responder ao ataque.


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