Colômbia aumenta presença militar na fronteira com Brasil e Peru devido à pandemia

Colômbia aumenta presença militar na fronteira com Brasil e Peru devido à pandemia

Dos dez primeiros casos de departamento colombiano, cinco foram importados do território brasileiro

AFP

Colômbia aumentou a presença militar na fronteira com Brasil e Peru

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A Colômbia aumentará a presença de militares na fronteira da Amazônia que compartilha com o Brasil e o Peru devido ao surto de Covid-19 que atinge a região e que já afetou um presídio da região.

"Foi tomada a decisão de militarizar, com mais presença, todos os pontos de fronteira e exercer o controle respectivo para impedir a chegada de casos importados de populações da área", declarou o presidente colombiano, Iván Duque, nesta terça-feira (12) num pronunciamento na televisão.

Na fronteira com o Peru e o Brasil, o país mais afetado pela pandemia na região, a Amazônia colombiana é o departamento (estado) com a maior taxa de infecção do território colombiano por taxa de habitantes, com 94 pessoas infectadas para cada 10 mil cidadãos. Dos dez primeiros casos detectados em Letícia, capital do departamento, cinco foram importados do Brasil, onde o presidente Jair Bolsonaro minimiza a gravidade da doença.

Autoridades de controle, médicos e ONGs denunciaram a precariedade do sistema de saúde na região da Letônia, onde vivem mais de 76 mil pessoas e que possui um único hospital público sem uma unidade de terapia intensiva.

Duque garantiu que eles estão analisando a adaptação de hotéis "para expandir a infraestrutura de atendimento" e anunciou que o isolamento obrigatório será reforçado. A Colômbia, com quase 500 mortes pelo novo coronavírus e 1.112.613 200 infecções, mantém a maior parte de sua população confinada desde 24 de março, duas semanas após a detecção do primeiro caso.

Presos infectados

A Covid-19 infectou 89 detentos de uma prisão superlotada da região, anunciou nesta terça-feira a autoridade penitenciária colombiana. Os infectados representam 75% dos 181 detentos da prisão da localidade de Leticia, com capacidade para 118 presos, informou uma autoridade do Instituto Nacional Penitenciário e Carcerário (Inpec).

Wilson de la Hoz Hernández, diretor da prisão, localizada na capital do departamento do Amazonas, disse estar preocupado com a possibilidade de a situação sair do controle. "Até agora, não chegou até mim nenhum resultado, nem o nome das pessoas infectadas", indicou à emissora Blu Radio. O diretor não explicou como a doença chegou ao centro de reclusão, uma vez que o governo suspendeu em março as visitas ao local. 

Localizado na fronteira com o Brasil, país da região mais castigado pela pandemia, o Amazonas colombiano é o departamento do país com o índice mais alto de infecção por número de habitantes, 94 em cada 10 mil cidadãos.

Autoridades, médicos e ONGs denunciaram a precariedade do sistema de saúde da região, onde vivem mais de 76 mil pessoas e que dispõe de um único hospital público, sem UTI. A Colômbia, que registra 479 mortos pelo novo coronavírus e 11.613 infectados, mantém a maioria de sua população confinada desde 24 de março.

Para diminuir a superlotação e evitar a propagação do novo coronavírus nas prisões, a Colômbia autorizou a prisão domiciliar de mais de 4 mil detentos condenados por crimes menores, doentes e idosos, entre outros. Mas acadêmicos e organizações de defesa dos direito humanos questionam a lentidão na colocação em prática da medida.

Ainda assim, surgiram focos de contágio em prisões do país. O maior está na superlotada prisão de Villavicencio (centro), com 859 infectados entre os 1.835 presos, segundo seu diretor. 


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