Com quase 9 mil mortos, França entra na quarta semana de quarentena

Com quase 9 mil mortos, França entra na quarta semana de quarentena

País viveu seu dia mais sombrio, registrando pior balanço em 24 horas até agora, com 883 mortes

AFP

França viveu seu dia mais sombrio, registrando seu pior balanço em 24 horas até agora, com um total de 883 óbitos

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Depois de registrar na véspera seu dia mais letal da pandemia de coronavírus, com 883 mortos em 24 horas, a França entra em sua quarta semana de confinamento nesta terça-feira, com um balanço total de cerca de 9 mil óbitos. A epidemia de coronavírus deixou 8.911 mortos na França, o terceiro país mais afetado da Europa em número de vítimas mortais da Covid-19, atrás de Itália e Espanha.

Ontem, a França viveu seu dia mais sombrio, registrando seu pior balanço em 24 horas até agora. No total, 606 destes óbitos aconteceram em hospitais, e o restante, em lares para idosos. Uma notícia positiva foi que o número de pacientes em reanimação em estado grave registrou, na segunda-feira, sua evolução diária mais baixa desde o início das medidas de confinamento. O aumento foi de 94 pacientes.

No começo da quarta semana de confinamento, o ministro francês da Saúde, Olivier Véran, pediu aos franceses que não baixem a guarda e advertiu que os país ainda não atingiu o pico da epidemia. O confinamento começou em 17 de março na França e está previsto para durar até 15 de abril. As autoridades já sinalizaram, porém, que deve se prolongar.

"O confinamento vai durar o tempo que tiver que durar", declarou Véran nesta terça.

O ministro do Interior, Christophe Castaner, pediu às autoridades regionais que "examinem caso a caso" a "necessidade de endurecer" as medidas. Com a melhora do tempo, as autoridades temem que a população relaxe a quarentena. Os franceses vivem confinados em suas casas e podem sair apenas para trabalhar, se o trabalho remoto não for possível, ou para atividades básicas como fazer compras, ou passear com o cachorro.

"Isso não acabou", insistiu Olivier Véran. "Cada um de nós deve entender que, ficando em casa, salvamos vidas", acrescentou.

Pior recessão desde 1945

Em consequência do impacto econômico do coronavírus, a França pode registrar em 2020 sua pior recessão desde o fim da Segunda Guerra Mundial, afirmou o ministro da Economia, Bruno Le Maire, na segunda-feira. "O pior dado de crescimento que a França registrou desde 1945 foi em 2009, depois da crise financeira de 2008, de -2,2%. Provavelmente estaremos muito além de -2,2% este ano", advertiu o ministro francês.

O resultado de -2,2% corresponde à primeira avaliação feita na época. Posteriormente, o resultado foi revisto para -2,9%, explicou o ministro. Em seu orçamento revisado, adotado em março, o governo francês projetava uma recessão de 1% este ano, mas Le Maire afirmou poucos dias depois que o impacto sobre a economia será muito maior.

De acordo com o Instituto de Estatísticas da França, um mês de confinamento custaria ao país quase três pontos do PIB em um ano. Dois meses de confinamento custariam quase seis pontos.


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