Comissão de Direitos Humanos atesta "condições legais" de prisão de Castillo no Peru

Comissão de Direitos Humanos atesta "condições legais" de prisão de Castillo no Peru

Visita ao ex-mandatário foi feita em meio a protestos e pedida de eleições imediatas no país

AFP

País segue sob protestos

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O ex-presidente do Peru, Pedro Castillo, deposto e preso após uma tentativa frustrada de autogolpe, está detido em condições legais e sem complicações físicas em uma prisão de Lima, disse nesta quinta-feira a Defensoria do Povo. "Nos reunimos com o ex-presidente e a sua defesa técnica e verificamos que as condições da prisão estão de acordo com o previsto no Código Penal", informou no Twitter a Defensoria, que entrou na prisão com uma equipe da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

Segundo o Instituto Penitenciário Nacional, o encontro entre Castillo e as delegações foi realizado em privado na manhã de quinta-feira. O chefe do Programa de Pessoas Privadas de Liberdade da Defensoria do Povo, Carlos Fernández, afirmou à AFP que Castillo disse a eles que está "em situação estável (...) sem nenhuma complicação na parte física".

Fernández explicou que a cela de Castillo tem uma área para dormir e uma sala, na qual pode receber as visitas. É uma cela própria, sem restrições de acesso a um pátio privado, onde pode realizar atividades. Castillo, de 53 anos, está detido no presídio de Barbadillo, dentro do quartel da Diretoria de Operações Especiais da Polícia (Diroes), na capital.

A prisão tem três celas separadas. Uma delas é ocupada pelo ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), que cumpre pena por crimes de corrupção e contra a humanidade. A terceira está vazia.

Castillo é investigado pelos crimes de rebelião e conspiração, após sua tentativa de autogolpe de Estado em 7 de dezembro e sua posterior destituição por parte do Congresso.

A delegação da CIDH está no Peru como parte de uma visita de trabalho para investigar os violentos protestos que deixaram pelo menos 22 mortos desde a queda de Castillo.

Ele tentou fechar o Congresso, intervir nos poderes públicos e governar por decreto, mas não teve apoio institucional. A polícia prendeu o ex-presidente horas depois de sua destituição, quando ele tentava entrar em contato com a embaixada mexicana para pedir asilo. O governo foi assumido por sua vice-presidente, Dina Boluarte.

Na conta de Castillo no Twitter, seu advogado, Wilfredo Robles, havia dito que "pediu uma reunião" entre o seu cliente e a missão da CIDH, que está no país desde a segunda-feira. Na publicação também foi divulgada uma mensagem de Castillo, que assegurou estar "privado arbitrariamente" de seus direitos e pediu que o encontro "se concretize de forma urgente".

Lilia Paredes, esposa do ex-presidente a asilada no México desde a quarta-feira, pediu no Twitter "atenção especial" à saúde de seu marido.


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