Comissão irá a Angola ver a situação de brasileiros vítimas de ataques

Comissão irá a Angola ver a situação de brasileiros vítimas de ataques

Deputados e senadores demonstram indignação com os recentes episódios de xenofobia e perseguição religiosa contra brasileiros da Universal

R7

A instituição em Angola tem 438 pastores e bispos angolanos

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Uma comissão formada por quatro senadores e quatro deputados federais deve ir a Angola verificar a situação dos brasileiros que vêm sofrendo ataques violentos por parte de dissidentes da Igreja Universal naquele país. 

No último fim de semana, o presidente Jair Bolsonaro enviou uma carta ao presidente angolando solicitando providências para garantir a segurança e a integridade dos religiosos brasileiros e seus familiares.

A delegação pretende manifestar diretamente às principais autoridades angolanas a indignação com os recentes episódios de xenofobia e perseguição religiosa. "Vamos para lá para garantir junto ao governo de Angola todos os direitos dos brasileiros que estão morando naquele país", disse o senador Major Olimpio (PSL-SP).

Essa é uma reação direta às invasões de templos da Igreja Universal do Reino de Deus no país, em um movimento criminoso, organizado por dissidentes violentos que agridem e até expulsam pastores brasileiros de suas casas. Além de operações policiais contra residências de integrantes da instituição.

Vários líderes políticos no Brasil têm reagido aos atos criminosos.

O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, foi o convidado desta quarta-feira do "JR Entrevista". E também manifestou preocupação com a crise em Angola.

"Qualquer agressão aos interesses brasileiros em qualquer lugar do mundo  merece repúdio como país e necessita que  autoridades locais deem apoio”, disse Marinho. “Acho que nosso chanceler  certamente  vai tomar as providências  necessárias  para resguardar não só as propriedades como as vidas. Eu que nos esperamos."

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, falou como o Itamaraty tem feito contatos com as autoridades angolanas.

As autoridades angolanas também mostram falhas em proteger os templos da Universal de um movimento criminoso e de xenofobia, que desde o mês passado ocupa igrejas na capital Luanda e no interior.

O Jornal da Record já havia revelado documentos que deixam evidente a real motivação dos dissidentes envolvidos nas invasões. Uma carta ao Banco Atlântico, em que tentam se apossar das contas da Igreja Universal e ainda pedem o cancelamento dos cartões atuais e do serviço de internet banking. O golpe financeiro não foi aceito pelo banco, que identificou uma ata forjada na documentação.

Como justificativa para todos os crimes cometidos, os dissidentes angolanos alegam se rebelar contra a Universal porque sofriam discriminação dos religiosos brasileiros. A direção da igreja rebate,  e diz que é alvo de mentiras e ganância dos ex-integrantes.

A instituição em Angola tem 438 pastores e bispos angolanos, muitos com cargos de direção, e 67 religiosos brasileiros. Quando estavam na igreja, os ex-pastores e bispos recebiam moradia e ajuda de custo, que em alguns casos passavam de R$ 7 mil. A igreja ainda enfatiza o trabalho social realizado em angola, onde se estabeleceu em 1992, e que hoje conta com quinhentos mil fiéis.


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