Confronto entre indígenas e soldados venezuelanos deixa um morto e feridos

Confronto entre indígenas e soldados venezuelanos deixa um morto e feridos

Comunidade da etnia pemon tentou impedir que militares chegassem à fronteira na fronteira com o Brasil

Correio do Povo, R7 e AE

Confronto entre indígenas e soldados venezuelanos deixou menos uma pessoa morta e vários feridos nas proximidades da fronteira do Brasil com a Venezuela

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Um confronto entre indígenas e soldados venezuelanos deixou menos uma pessoa morta e vários feridos nas proximidades da fronteira do Brasil com a Venezuela, de acordo com testemunhas e líderes comunitários. Na manhã desta sexta-feira, um comboio militar se aproximou de um posto de controle criado por uma comunidade indígena no vilarejo de Kumarakapai –  na localidade de San Francisco de Yuruaní a cerca de 80km da cidade brasileira de Pacaraima –, onde moradores tentaram impedir a passagem. Os membros do Exército abriram fogo com balas de borracha e gás lacrimogêneo. As informações sobre o número de mortos ainda são desencontrada e ainda não se sabe se um civil dois vieram a óbito. Uma vítima foi identificada como Zorayda Rodriguez, de 42 anos.

No Twitter, o líder da oposição e autoproclamado presidente, Juan Guaidó, que estava a caminho da fronteira colombiana, afirmou que "na comunidade de Kumarakapay, dois soldados atiraram contra os Pemones que estavam em um posto de controle. O resultado desse crime é de 12 pessoas feridas e uma morta. Nossa solidariedade está com eles. Não ficará impune". Em um tweet separado, ele acrescentou: "Para os soldados: entre hoje e amanhã, vocês definirão como ser lembrado. Nós sabemos que você está com as pessoas, você deixou claro para nós. Amanhã vocês podem demonstrar isso", referindo-se à abertura das fronteiras para a entrada de ajuda humanitária, cujo fechamento foi determinado por Nicolás Maduro.

Guaidó, que também é presidente da Assembléia Nacional, ainda pediu ao major-general Jesús Mantilla Oliveros e ao major-general Alberto Mirtiliano Bermúdez que capturem e entreguem os responsáveis pela repressão registrada na comunidade indígena ou que sejam responsáveis. Ele afirmou que os feridos serão transferidos para um hospital no Brasil, porque na Venezuela não há remédios para tratamento médico. 

"Eu pergunto às Forças Armadas, é constitucional que abram fogo contra indígenas desarmados?", indagou Jorge Perez, um vereador que diz ter estado presente quando os soldados abriram fogo. "É constitucional matar indígenas?" Ao menos 30 vizinhos da região foram às ruas após a ação, sequestrando três soldados, segundo Carmen Elena Silva, de 48 anos, e George Bello, porta-voz da comunidade indígena. "A maior parte das pessoas apoia a entrada da ajuda humanitária e nós queremos a nossa fronteira aberta", disse Carmen. "Isso é ajuda, não é guerra. Todos os dias morrem mais crianças".

Um porta-voz do Ministério das Comunicações da Venezuela afirmou que não poderia comentar sobre o caso. Os ativistas pertencem à aldeia Pemones, que se juntou à oposição para buscar a ajuda doada pelos Estados Unidos e por outros países fronteiriços. O governo dos Estados Unidos, que apoia a saída do presidente Nicolás Maduro e reconhece o autoproclamado Juan Guaidó, emitiu uma nota repudiando a atitude."Os Estados Unidos condenam os assassinatos, os ataques e as centenas de detenções arbitrárias que ocorreram na Venezuela", disse um porta-voz do Departamento de Estado. “Estamos ao lado das famílias das vítimas para exigir justiça e prestação de contas”. O vice-presidente Pence, que é um dos mais duros críticos do governo, deve estar na Colômbia na segunda-feira para uma reunião do Grupo Lima.


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