Confrontos no dia das eleições deixam dez mortos em Bangladesh
Campanha eleitoral foi marcada por violência e acusações de repressão contra a oposição
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As eleições, que devem dar um quarto mandato à primeira-ministra Sheikh Hasina, são realizadas no meio de um grande dispositivo de segurança. Há dez anos no poder, Hasina, de 71 anos, é muito popular entre seus compatriotas graças a um período de grande crescimento econômico e por ter feito com que Bangladesh perdesse sua imagem de país pobre. Ela também recebeu centenas de milhares de rohingya, grupo étnico minoritária que pratica o islamismo e fala um idioma indo-ariano parente do bengáli, que fugiram de Mianmar.
Contudo, seus detratores a descrevem como um autocrata que prendeu sua adversária Khaleda Zia e reprimiu a dissidência com prisões em massa, desaparecimentos forçados e leis severas que amordaçam a imprensa. Desde a abertura oficial da campanha, em 8 de novembro, foram cerca de 13 mil opositores detidos, segundo os dados da oposição. A representação diplomática dos Estados Unidos em Bangladesh expressou na última quinta-feira “preocupação face ao nível elevado de violência eleitoral nas duas últimas semanas”
A oposição uniu-se e apresenta Kamal Hossain, 82 anos, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, para enfrentar a favorita Hasina. Desde 24 de dezembro, as autoridades do país mobilizaram mais de 600 mil soldados do Exército, da Marinha e da Guarda Nacional, segundo a Comissão Eleitoral. Esta é a 11ª eleição em Bangladesh desde que o país ganhou a independência do Paquistão em 1971.Mais de 100 milhões de pessoas estão aptas a votar.