Conselho da OEA se reunirá para debater situação da Bolívia

Conselho da OEA se reunirá para debater situação da Bolívia

Brasil e outros países articulam, nesta segunda, comunicado pressionando pela realização de novas eleições

AE

Brasil e outros países articulam, nesta segunda, comunicado pressionando pela realização de novas eleições

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O Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) vai se reunir, na tarde de terça-feira, para debater a situação da Bolívia. Um grupo de ao menos 15 países, que inclui o Brasil e a Colômbia, articula, nesta segunda-feira, um comunicado conjunto que defenda o fim dos atos violentos no país, pressione pela realização de novas eleições gerais e peça respeito a uma "transição pacífica e constitucional". Se houver consenso sobre o texto, o comunicado deve ser lido na sessão das 15h (17h no horário de Brasília) de terça-feira.

No domingo, o presidente Evo Morales renunciou ao cargo após protestos intensos, pressão das Forças Armadas do país e a conclusão da auditoria da OEA que pediu a realização de novas eleições no país. A análise da organização encontrou graves irregularidades nas eleições gerais de 20 de outubro, nas quais o agora ex-presidente se reelegeu para um quarto mandato.

O anúncio de Morales foi seguido pela renúncia em cascata do vice e demais autoridades que poderiam sucedê-lo constitucionalmente. Se a Assembleia Legislativa da Bolívia aceitar a carta de renúncia do presidente recebida nesta segunda-feira e indicar a resposta para o vácuo de poder atual, parte dos países da OEA aproveitará a sessão para reconhecer e apoiar o governo de transição.

Nos bastidores, o chanceler de Evo, Diego Pary, tem tentado fazer com que a reunião seja usada para denunciar o que o governo boliviano chamou de golpe político e policial. Países como Estados Unidos, Brasil e Colômbia se preocupam com a possibilidade de que a sessão vire palco para ecoar as críticas de Evo a todo o processo que culminou em sua renúncia. O México, sob o governo do presidente Andrés Manuel López Obrador, deve sair a favor de Evo Morales. Mesmo entre os países que concordam com a pressão por novas eleições e reconhecimento de um governo de transição, há divergências na forma e calendário ideal para o processo.

Os EUA, por exemplo, têm defendido nos bastidores que seja realizada uma reforma eleitoral na Bolívia antes das novas eleições - o que outros países questionam, pela fragilidade das lideranças legislativas atuais, e porque poderia prolongar o processo de vácuo de poder na Bolívia.

A sessão de terça-feira também servirá para que os responsáveis pelo relatório de auditoria falem sobre as conclusões da análise, que encontrou irregularidades no processo eleitoral e pediu a realização de novas eleições. 


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