Coreia do Norte dispara mísseis balísticos de curto alcance

Coreia do Norte dispara mísseis balísticos de curto alcance

Lançamentos são em protesto contra exercícios militares conjuntos entre EUA e Coreia do Sul, considerados ensaios para invasão de território norte-coreano

AFP

País prometeu "continuar sendo maior ameaça aos Estados Unidos, nessa sexta-feira

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A Coreia do Norte disparou neste sábado em direção ao mar o que pareciam ser dois mísseis balísticos de curto alcance, depois de prometer seguir sendo a maior "ameaça" aos Estados Unidos e chamar de "toxina" o secretário de Estado americano Mike Pompeo. Este foi o último episódio de uma série de lançamentos de mísseis de curto alcance realizada pelo país, dotado de armas atômicas, nas últimas semanas, em protesto contra os exercícios militares conjuntos entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul, que Pyongyang considera um ensaio para a invasão de seu território. A última sessão de treinamento foi concluída na terça-feira.

"O Exército detectou dois projéteis não identificados que parecem ser mísseis balísticos de curto alcance", disse o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul em comunicado. Os mísseis voaram cerca de 380 km e atingiram uma altura de 97 km, antes de caírem no Mar do Leste, também conhecido como Mar do Japão. "Nossos militares estão acompanhando o movimento no Norte em caso de novos lançamentos", acrescentou.

A presidência sul-coreana anunciou que seu Conselho de Segurança Nacional se reunirá depois deste último ensaio e expressou sua "séria preocupação", observando que Pyongyang realizou o disparo após a conclusão do treinamento militar conjunto. "Os membros do Conselho de Segurança Nacional concordaram em manter os esforços diplomáticos com a comunidade internacional para trazer o Norte de volta à mesa de negociações, junto com os Estados Unidos, para alcançar o objetivo de uma completa desnuclearização da península coreana".

As autoridades japonesas também acreditam que a Coreia do Norte disparou "mísseis balísticos", o que violaria as resoluções da ONU. "Não pode ser ignorado, seja qual for seu tamanho e distância", disse o ministro da Defesa japonês, Takeshi Iwaya, a repórteres. Uma autoridade americana afirmou que Washington monitora a situação. "Consultamos nossos aliados japonês e sul-coreano", acrescentou.

"A maior ameaça"

A Coreia do Sul disse que vai compartilhar suas informações sobre os disparos com o Japão, apesar de Seul ter anunciado no início da semana que encerraria esses intercâmbios, em meio a uma crescente tensão diplomática e comercial com seu vizinho. As discussões entre Pyongyang e Washington sobre a questão nuclear do Norte estão bloqueadas desde a segunda cúpula entre o líder norte-coreano, Kim Jong Un, e o presidente dos EUA, Donald Trump, realizada em fevereiro em Hanói e concluída sem um acordo sobre a desnuclearização do Norte e o levantamento das sanções. Os dois líderes se reuniram novamente em junho na Zona Desmilitarizada (DMZ) entre as duas Coreias e concordaram em retomar as negociações, algo que ainda não aconteceu. 

No início desta semana, o enviado especial dos Estados Unidos para a Coreia do Norte, Stephen Biegun, que lidera a preparação das negociações, disse que Washington está "pronto para iniciar as negociações" assim que receber notícias de Pyongyang. Mas na sexta-feira, o Norte prometeu "continuar sendo a maior ameaça aos Estados Unidos" se Washington mantiver as sanções, de acordo com uma declaração do ministro das Relações Exteriores, Ri Yong Ho.

Ri também lançou um ataque contundente contra o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, a quem chamou de "toxina intransigente", depois que o diplomata americano disse que os EUA manterão as sanções "mais duras" contra o Norte até que ele se desfaça do seu arsenal nuclear.


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