Coreias celebrarão cúpula em setembro
Encontro seria a primeira visita de um chefe de Estado sul-coreano ao norte em mais de 10 anos
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"As delegações decidiram durante a reunião em setembro em Pyongyang, como estava previsto, um encontro de cúpula entre Norte e Sul", indicou a agência, que não divulgou a data exata. Se a reunião for confirmada, a viagem do presidente Moon Jae-in a Pyongyang seria a primeira de um chefe de Estado sul-coreano em mais de 10 anos. Em seu primeiro encontro histórico, em abril, o dirigente norte-coreano Kim Jong Un e Moon Jae-in decidiram que o presidente sul-coreano faria uma visita a Pyongyang durante o outono (hemisfério norte, primavera no Brasil).
As conversações desta segunda-feira, na zona norte da localidade fronteiriça de Panmunjom, na Zona Desmilitarizada (DMZ), foram propostas na semana passada por Pyongyang, que recentemente denunciou os esforços de Washington para a continuidade das sanções sobre o país. Após dois anos de escalada de tensão, provocada pelos programas programas balístico e nuclear da Coreia do Norte, Pyongyang e Seul protagonizaram uma aproximação desde o início do ano, que se concretizou em abril com a reunião entre chefes de Estado. A primeira reunião preparou o caminho para que, em junho, Kim Jong-Un e Donald Trump se encontrassem na cúpula histórica de Singapura.
No encontro, Kim se comprometeu a trabalhar para a desnuclearização da península, uma promessa vaga que pode ser interpretada de várias maneiras.
Acordo de Paz
O ministro da Unificação, Cho Myoung-gyon, à frente da delegação do Sul, considerou importante que as duas Coreias mantenham o "mesmo espírito" de cooperação. "Muitos temas foram tratados, mas acho que todos os problemas podem ser acertados com isso em mente", declarou Cho. "Explicaremos a posição do Norte", acrescentou, sobre a vontade da delegação norte-coreana de tratar o tema das sanções.
As discussões entre o Norte e o Sul se intensificaram a ponto de os dois governos estarem preparando para a próxima semana, pela primeira vez nos últimos três anos, uma reunião de famílias que foram separadas depois da Guerra da Coreia (1950-1953). Apesar da melhoria das relações, os progressos foram bem escassos na questão crucial da desnuclearização.
Pyongyang não confirmou qualquer medida para reduzir seu arsenal nuclear e denunciou as exigências unilaterais dos Estados Unidos e seus "métodos de gangsteres". Além disso, Washington exige que a comunidade internacional mantenha sanções muito severas contra a Coreia do Norte. Alguns analistas consideram que o presidente sul-corano poderá fazer a mediação entre Washington e Pyongyang, depois de ter salvado a cúpula entre Kim e Trump, que tentou cancelá-la no último momento.
Concretizada a reunião de setembro, os dois presidentes deverão avançar no acordo de paz para acabar formalmente com a Guerra da Coreia, que terminou sem qualquer tratado de paz, e apenas um armistício. No entanto, o embaixador americano na Coreia do Sul, Harry Harris, afirmou nesta segunda que é muito cedo para se falar de um acordo de paz.