Cuba oferece retorno e trabalho a médicos que ficaram no Brasil

Cuba oferece retorno e trabalho a médicos que ficaram no Brasil

Presidente da ilha calcula que 90% dos profissionais que integravam programa retornaram ao país

AFP

Médicos brasileiros irão preencher vagas deixadas por cubanos

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Cuba ofereceu na terça-feira possibilidades de retorno e trabalho aos seus médicos que não retornaram do Brasil no final do ano passado, alguns dos quais perderam seus empregos após o fim da cooperação entre Brasil e Cuba para o programa Mais Médicos. "O Ministério da Saúde Pública confirma que, como tem feito para aqueles que estiveram em outros países, está disposto a recebê-los na Pátria e oferecer-lhes emprego no sistema nacional de saúde cubano", diz um comunicado daquela entidade estatal.

Essa decisão, segundo ele, é tomada "colocando acima de tudo a dignidade humana, os direitos e a segurança de nossos médicos, incluindo aqueles que decidiram não retornar ao término de sua missão" no Brasil. Um contingente de mais de 8.000 médicos cubanos trabalhou no Brasil por mais de cinco anos no âmbito do Programa Más Médicos, mas devido às condições exigidas por Bolsonaro e não aceitas pela ilha, o governo cubano decidiu concluir o acordo, sob os auspícios da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

O ministério informou que a embaixada e consulados cubanos no Brasil "estão prontos para apoiar seu retorno, fornecendo-lhes a documentação necessária e ajudando-os em qualquer coisa que esteja ao seu alcance". Segundo o presidente Miguel Díaz-Canel, 7.635 médicos retornaram à ilha, 90% dos que faziam parte do programa. Outros 836 escolheram permanecer no Brasil.

Recentemente, contudo, o programa foi definitivamente cancelado e as autoridades brasileiras "não cumpriram (...) as ofertas de emprego aos médicos cubanos que escolheram não retornar a Cuba no final de sua missão, bem como alguns outros que formaram famílias com cidadãos brasileiros", afirma o comunicado. No final de 2018, mais de 34.000 médicos e paramédicos cubanos trabalhavam em 66 países.

No caso dos países mais pobres, como o Haiti, essa assistência é gratuita, mas em sua maioria é baseada em acordos remunerados para o governo da ilha. Os serviços profissionais no exterior, principalmente médicos, constituem a fonte mais importante de captura financeira da economia cubana, gerando cerca de 10 bilhões de dólares por ano.


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