Destruição de templo na Síria é "crime contra a civilização", afirma Unesco

Destruição de templo na Síria é "crime contra a civilização", afirma Unesco

Para diretor das Antiguidades do país terroristas mataram Palmira

Agência Brasil

Bel era o símbolo mais bonito de toda a Síria

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A destruição pelos jihadistas do grupo Estado Islâmico do templo de Bel, em Palmira, no deserto da Síria, "constitui um crime intolerável contra a civilização", declarou nesta terça-feira a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Irina Bokova. Num comunicado em que exprime "profunda angústia", a responsável pelo órgão assegurou, no entanto, que o "crime não apagará nunca 4, 5 mil anos de história". 

Palmira, situada na província de Homs, no centro da Síria, é patrimônio da Humanidade e foi conquistada em maio pelo Estado Islâmico. O grupo já destruiu vários locais arqueológicos no Iraque, país vizinho da Síria. "É fundamental explicar a história e o significado dos templos de Palmira. Quem quer que tenha visto Palmira guarda para sempre a recordação de uma cidade que carrega a dignidade de todo o povo sírio e encarna as mais altas aspirações da humanidade", indicou Bokova no comunicado.

"Face a este novo crime de guerra, a Unesco reafirma a determinação em prosseguir na proteção do que pode ser salvo, através de uma luta sem tréguas contra o tráfico de objetos culturais, da documentação e da criação de redes de milhares de especialistas, na Síria e no mundo, trabalhando para promover a transmissão deste património às gerações futuras", destacou a diretora-geral.

A ONU informou nessa segunda-feira que imagens obtidas por satélite confirmavam a destruição do templo de Bel, que o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) tinha anunciado antes. Com sede em Londres, mas com uma vasta rede de militantes no terreno, o OSDH indicou que o grupo terrorista explodiu, no domingo, o interior do templo de Bel.

Ao comentar nesta terça-feira a difusão das imagens pela ONU, o diretor das Antiguidades da Síria, Maamoun Abdelkarim, afirmou que o templo de Bel é o "mais belo símbolo de toda a Síria". "Eles mataram Palmira", adiantou. Essa é a segunda ação de destruição do Estado Islâmico contra um templo do local depois de no dia 20 ter sido confirmado que os jihadistas detonaram explosivos colocados no templo de Baal Shamin, construído no ano 17 d.C.

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