Dois mortos e vários feridos em atropelamento em área de pedestres na Alemanha

Dois mortos e vários feridos em atropelamento em área de pedestres na Alemanha

Polícia local revelou que uma pessoa foi presa e um veículo apreendido

AFP

Motorista matou duas pessoas atropeladas e feriu, pelo menos, 15 pessoas

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Uma "cena de terror". Um motorista atropelou transeuntes em uma área de pedestres em Trier, na Alemanha, e matando pelo menos duas pessoas, antes de ser preso. O homem é um alemão de 51 anos, segundo a polícia. As autoridades não conseguiram determinar se foi um acidente, o gesto de uma pessoa desequilibrada, ou um possível ataque.

"O que aconteceu em Trier é chocante. Nossos corações estão com os familiares das vítimas, com os muitos feridos e com todos aqueles que estão cuidando dos afetados", reagiu o porta-voz da chanceler Angela Merkel, Steffen Seibert, no Twitter.

Pelo menos duas pessoas morreram, e várias ficaram feridas na cidade da Renânia-Palatinado, no sudoeste da Alemanha.

O carro, um SUV cinza metálico, percorreu entre 600 metros a um quilômetro em alta velocidade em uma zona de pedestres e atingiu tudo em seu caminho.

O número de mortos pode aumentar ainda mais, de acordo com um porta-voz da polícia. Quinze pessoas ficaram feridas, algumas "gravemente", segundo o prefeito da cidade, Wolfram Leibe.

Muito emocionado, o prefeito descreveu um tênis encontrado junto ao corpo sem vida de uma jovem. Várias crianças estão entre os feridos, segundo a mídia local. O veículo foi apreendido pelos investigadores.

A prefeitura de Trier e a polícia pediram para a população evitar o local do acidente no centro da cidade. Um curto vídeo da zona de pedestres mostrava barracas viradas e destroços na calçada.

"Foi uma cena de terror", lamentou um porta-voz da polícia em canais de notícias 24 horas. Além dos 15 feridos, "muitas pessoas traumatizadas precisam de cuidados", disse.

Outro vídeo postado nas redes sociais mostrava um veículo SUV, com o capô abaixado, cercado por viaturas policiais. Um homem aparece sendo algemado e deitado na calçada por vários policiais.

Outras imagens mostram a desolação deixada pela passagem do veículo, em uma área onde uma grande árvore de Natal foi montada. Equipes de resgate realizam massagem cardíaca em uma vítima. O corpo de outra vítima aparece sob um cobertor. 

As autoridades estão em alerta em relação à ameaça islâmica que pesa sobre o país, principalmente desde um atentado com caminhão reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI) que matou 12 pessoas em dezembro de 2016, em Berlim. O ataque extremista foi o mais mortal já cometido em solo alemão.

Ameaças jihadista e da extrema direita

Desde 2009, as autoridades alemãs frustraram 17 tentativas de ataque, a maioria desde o atentado de 2016, de acordo com o Ministério do Interior. Recentemente, um sírio de 20 anos matou um transeunte com uma faca em uma rua em Dresden e feriu uma outra pessoa por motivações islamitas. Ele foi preso.

A polícia também desmantelou na Renânia do Norte-Vestfália, na primavera de 2020 (outono no Brasil), uma célula de supostos terroristas do Tadjiquistão ligados ao EI, segundo anúncio do promotor antiterrorismo, Peter Frank, em 1º de novembro. "A Alemanha e a Europa Ocidental ainda estão na mira dos islâmicos radicais", alertou.

Desde 2013, o número de islâmicos considerados perigosos na Alemanha aumentou cinco vezes e, hoje, chega a 615 nomes, de acordo com o Ministério do Interior. O número de salafistas é estimado em cerca de 11.000, o dobro de 2013.

Em 2020, 320 novas investigações foram abertas na Alemanha envolvendo uma ameaça islâmica, um número em declínio que, no entanto, "nada diz sobre o perigo qualitativo", de acordo com Peter Frank.

Além do ataque com caminhão na feira de Natal da capital, o EI assumiu a responsabilidade, em 2016, por um assassinato a facadas em Hamburgo; por um atentado a bomba em Ansbach, que deixou 15 feridos e matou o agressor; bem como por um ataque com machado em um trem na Baviera (5 feridos), cujo autor foi morto a tiros pela polícia.

A Alemanha também enfrenta o terrorismo de extrema direita, com vários tiroteios fatais nos últimos dois anos em Halle, no Yom Kippur, ou em Hanau, em fevereiro, tendo como alvo bares shisha.


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