Emirados Árabes acusam Catar de interceptar avião comercial
Países são considerados "irmãos inimigos"
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O Catar negou, porém, que seus aviões tenham interceptado algum voo de passageiros. "É totalmente falso", declarou o porta-voz do Ministério catariano das Relações Exteriores, Lulwa al-Khater, em sua conta no Twitter. Em duas oportunidades nos últimos dias, o Catar afirmou que aviões militares dos Emirados Árabes violaram seu espaço aéreo. Primeiro, em 21 de dezembro, e depois em 3 de janeiro.
As relações entre os dois países - considerados "irmãos inimigos" no Golfo - atravessam um de seus piores momentos. No domingo, a emissora Al-Jazeera divulgou um vídeo, em que um membro da família real do Catar afirmava estar retido contra sua vontade nos Emirados Árabes. Abdullah ben Ali Al-Thani disse no vídeo que estava em Abu Dhabi, "onde era hóspede do xeque Mohamed ben Zayed", mas que, agora, estava retido contra sua vontade. "Quero dizer claramente que o povo do Catar é inocente", e que o "xeque Mohamed terá absoluta responsabilidade pelo que poderá me acontecer de agora em diante", acrescentou.
Al-Thani tinha tentado, em agosto, fazer uma mediação entre Doha e Arábia Saudita, outro país do Golfo que boicota o Catar, devido à peregrinação anual a Meca. Por ora, a autenticidade do vídeo divulgado pela Al-Jazeera não pôde ser confirmada. Os Emirados Árabes negaram que o xeque estivesse retido contra sua vontade, como reportou a agência Wam, assinalando que o mesmo é um "hóspede do país, após fugir das restrições a ele impostas pelo governo do Catar".
Em 5 de junho passado, Arábia Saudita, Emirados Árabes, Bahrein e Egito romperam relações diplomáticas com o Catar, acusando o país de apoiar os grupos extremistas e se aproximar do Irã, grande rival dos sauditas. O xeque Abdullah pertence a um braço da família real do Catar Al-Thani que foi afastado do poder pelo avô do atual emir, xeque Tamim.