Entenda a crise entre Rússia e Ucrânia

Entenda a crise entre Rússia e Ucrânia

Invasão é o ponto culminante de uma escalada de tensões iniciada em novembro de 2021

AFP

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A "operação militar" russa contra a Ucrânia, ordenada nesta quinta-feira (24) pelo presidente Vladimir Putin, é o ponto culminante de uma escalada de tensões entre a Rússia e o Ocidente iniciada em novembro de 2021.

Medo de uma ofensiva

Em 10 de novembro de 2021, os Estados Unidos pedem explicações à Rússia após detectar movimentos "incomuns" de tropas na fronteira com a Ucrânia. O presidente russo, Vladimir Putin, acusa os ocidentais de exacerbar as tensões entregando armamento moderno à Ucrânia e realizando "exercícios militares provocadores" no Mar Negro e perto de suas fronteiras.

Em 28 de novembro, a Ucrânia diz que a Rússia tem 92.000 soldados concentrados em suas fronteiras.

Cúpula virtual Biden-Putin

Em 7 de dezembro, o presidente americano, Joe Biden, ameaça Putin com "graves sanções" econômicas se invadir a Ucrânia, em uma cúpula bilateral virtual. O presidente russo exige "garantias jurídicas" de que a Ucrânia não vai aderir à Otan.

Moscou apresenta esboços de tratados para proibir qualquer ampliação da Otan e o estabelecimento de bases militares americanas em países da antiga União Soviética.

Profundas "divergências"

Na segunda semana de janeiro de 2022, são iniciadas negociações diplomáticas em várias frentes, que terminam sem grandes avanços. Em 18 de janeiro, a Rússia começa a mobilizar soldados em Belarus.

Washington desbloqueia uma ajuda para a Ucrânia e permite que países bálticos enviem a Kiev armas americanas. No dia 24, a Otan anuncia que está pronta para reforçar suas defesas no leste europeu com tropas, navios e aviões de combate.

Moscou inicia novas manobras militares perto da Ucrânia e na Crimeia. No dia 26, os Estados Unidos rejeitam os principais pedidos de Moscou.

China apoia a Rússia

Em 27 de janeiro, o governo chinês considera "razoáveis" as preocupações da Rússia com sua segurança. Em 2 de fevereiro, Washington envia 3.000 soldados adicionais ao leste europeu para defender os países da Otan.

Em 7 de fevereiro, Putin se declara disposto a adotar "compromissos" após um cara a cara no Kremlin com o presidente francês, Emmanuel Macron, cujo país ocupa a presidência semestral da União Europeia (UE).

No dia 10 de fevereiro, os exércitos russo e bielorrusso fazem manobras de envergadura em Belarus.

Risco de guerra na Europa

Em 11 de fevereiro, a Otan insiste no "risco real de um novo conflito armado" na Europa. Vários países pedem que seus concidadãos deixem a Ucrânia o mais rapidamente possível.

Os Estados Unidos afirmam que uma invasão russa da Ucrânia poderia ocorrer "a qualquer momento" e decidem enviar 3.000 soldados adicionais à Polônia. Em 14 de fevereiro, Washington decide transferir sua embaixada de Kiev a Lviv, no oeste.

Rússia anuncia início de retirada

No dia 15 de fevereiro, o Kremlin confirma o início de uma retirada das tropas russas mobilizadas na fronteira com a Ucrânia. Os Estados Unidos e a Otan asseguram não constatar indícios de uma desescalada.

Ataque próximo?

No dia 17, intensifica-se a troca de tiros na linha de frente entre separatistas pró-russos e forças ucranianas. No dia 18, os rebeldes ordenam a evacuação de civis para a Rússia.

No dia 19, o exército ucraniano anuncia a morte de dois de seus soldados. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, propõe um encontro com Putin.

Os Estados Unidos insistem em que as tropas russas "se preparam para atacar".

Putin reconhece independência de separatistas pró-russos

No dia 21, a França anuncia que os presidentes de Rússia e Estados Unidos aceitam a princípio celebrar uma cúpula Putin-Biden. O Kremlin diz que o anúncio é "prematuro". Putin anuncia o reconhecimento da independência dos territórios separatistas pró-russos na Ucrânia e ordena que seu exército entre nestas regiões.

Dois decretos do presidente russo reconhecem as "repúblicas populares" de Donetsk e Lugansk, pedem ao ministério da Defesa que "as forças armadas russas (assumam) funções de manutenção da paz" nestas regiões.

Ampla condenação na ONU

Poucas horas depois, em uma reunião de emergência, a ONU e a maioria dos países membros do Conselho de Segurança condenam a decisão de Moscou de reconhecer a independência das repúblicas separatistas na Ucrânia e o "envio de tropas russas".

Estados Unidos e União Europeia anunciam as primeiras sanções contra a Rússia que, por sua vez, se diz "disposta" a negociar.

Putin anuncia "operação militar"

Em 24 de fevereiro, Putin anuncia pela televisão o início de uma operação militar na Ucrânia. Ele pede aos soldados ucranianos a deporem as armas e assegura que deseja uma "desmilitarização" do país, não sua "ocupação".

Após este anúncio são ouvidas explosões em Kiev e várias cidades do leste e do sul da Ucrânia. O governo ucraniano denuncia uma "invasão em larga escala".


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