Estudo de Harvard aponta que isolamento pode durar até 2022

Estudo de Harvard aponta que isolamento pode durar até 2022

Pesquisa projeta quais são os possíveis cenários após primeira onda da pandemia de Covid-19

R7

Impacto na saúde pode tomar proporções catastróficas, caso o isolamento seja feito de maneira pouco efetiva ou por pouco tempo

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Pesquisadores de Harvard publicaram nesta terça-feira um estudo que aponta os possíveis futuros para o período após a pandemia de novo coronavírus.

A pesquisa indica que, caso não sejam tomadas medidas como a criação de novos leitos ou encontrada uma vacina ou medicação que ataque direta e efetivamente o vírus, o isolamento pode ser estendido até meados de 2021, com avanço para alternativas intermitentes, que durariam até 2022.

Para se ter maiores indícios de qual caminho o futuro terá, é fundamental descobrir qual o tempo de imunidade contra a Covid-19 dos pacientes curados. Por um lado, se essa proteção do organismo for similar a de outros coronavírus, é possível que se tenham surtos exporádicos da doença, principalmente no inverno, com uma provável nova onda de contaminação em 2024.

Por outro lado, se a imunidade for prolongada por diversos anos, ou até mesmo permantente, o número de casos tende a diminuir drasticamente. Isso reduziria o tempo de isolamento e a doença poderia ser erradicada em 5 anos. Esse cenário dificultaria o teste de vacinas contra o vírus, já que menos pessoas seriam contaminadas, como ocorreu com a zika.

Fim do distânciamento social

Segundo a pesquisa, para iniciar o distanciamento social intermitente, será necessária a realização de testes para a Covid-19 para determinar o limiar em que se deve iniciar ou terminar o isolamento. Se não houver testes o suficiente, o número de leitos de emergencia disponível nos hospitais pode ser um indicativo. Apesar de longe do ideal, pois pode levar à superlotação e incapacidade de tratamento dos hospitais.

Enquanto as estratégias de distanciamento social muito bem sucedidas podem resultar no uso de contigenciamentos baseados em rastreamento de contatos e quarentenas focadas, como ocorre nos casos da Coreia do Sul e de Singapura atualmente; as de menor efetividade podem resultar em uma epidemia de pico único prolongada, com impacto no sistema de saúde e duração dependendo apenas de sua efetividade.

Os pesquisadores reiteram que entendem o impacto que o isolamento prolongado pode causar educacional, social e economicamente, mas salientam que o impacto no sistema de saúde pode tomar proporções catastróficas, caso o isolamento seja feito de maneira pouco efetiva ou por pouco tempo.

O objetivo do estudo foi propor modelos possíveis, baseados no conhecimento que já se adquiriu sobre a doença, para que se possa entender o futuro da pandemia de Covid-19.

Os pequisadores apontam que os modelos terão de ser moldados basenado-se nas condições de cada local e atualizados conforme dados mais precisos forem descobertos.


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