Estudo de Harvard indica que vírus já circulava na China em agosto de 2019

Estudo de Harvard indica que vírus já circulava na China em agosto de 2019

Pesquisadores utilizaram imagens de satélite para monitorar o tráfego em seis hospitais de Wuhan

AE

Serviços de inteligência dos Estados Unidos anunciaram nesta quinta-feira ter chegado à conclusão de que o novo coronavírus tem origem na China

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Um estudo publicado nessa segunda por pesquisadores da Escola de Medicina de Harvard (HMS, na sigla em inglês) indica que o Sars-Cov-2, o vírus causador da Covid-19, circulava na China em agosto de 2019, quatro meses antes do primeiro caso ser reportado à Organização Mundial da Saúde. Os pesquisadores utilizaram imagens de satélite para monitorar o tráfego em seis hospitais de Wuhan, primeiro epicentro mundial da pandemia, e com isso descobriram que houve um aumento significativo de entradas nesses hospitais a partir de agosto, com um pico a partir de dezembro, quando teve início a pandemia.

O estudo da HMS também analisou buscas pelas palavras "tosse" e "diarreia" - dois sintomas comuns da Covid-19 - na ferramenta chinesa de pesquisa Baidu entre abril de 2017 e maio de 2020, constatando um aumento na busca pelos termos entre setembro e outubro de 2019. "Ainda que não possamos confirmar se os números estão diretamente relacionados com o novo coronavírus, nossa evidência apoia outros trabalhos recentes que mostram que a circulação do vírus ocorria antes da sua identificação em um mercado de frutos do mar em Huanan", relatam os pesquisadores.

O governo da China negou que o novo coronavírus circulasse pelo país antes do que sabe até agora. Porta-voz da chancelaria, Hua Chunying disse durante entrevista coletiva nesta terça-feira, 9, que não havia visto a pesquisa, mas considerou "absurdo" que alguém pudesse chegar a uma conclusão do tipo baseando-se "apenas em elementos superficiais como padrões de tráfego". Pequim reportou o vírus à OMS apenas quatro meses depois do sugerido no estudo americano.

"Neste assunto, eu acredito que temos de respeitar a ciência", afirmou a porta-voz, pedindo que cientistas possam ter espaço para fazer suas pesquisas e "checar a conclusões baseadas nos fatos". Além disso, ainda afirmou que a China, os Estados Unidos e a comunidade internacional em geral têm "uma tarefa comum no momento: lutar contra a desinformação e derrotar a pandemia por meio da solidariedade".

Casos pelo mundo

Capital da Índia, Nova Delhi é também - junto com Mumbai - a cidade mais atingida pela Covid-19 no país. Segundo o vice-ministro do Estado de Delhi, Manish Sisodia, o município deve registrar mais de 500 mil casos até o fim de julho, número que o sistema de saúde de Nova Delhi não é capaz de suportar. Segundo os dados do governo indiano, 259.126 pessoas foram infectadas pela novo coronavírus no país - deste total 129.813 são casos ativos. Houve, ainda, 7.471 mortes provocadas pela covid-19.

Na Europa, o Reino Unido reportou hoje (9) 286 óbitos em decorrência da pandemia, elevando o total a 40.883. O governo britânico também acrescentou mais 1.387 novas infecções à contagem que agora chega a 289.140 pessoas. Lojas que comercializam produtos não-essenciais poderão reabrir com restrições no Reino Unido a partir do dia 15 deste mês, segundo anunciou o secretário de Negócios Alok Sharma. Na Alemanha, os números permanecem estáveis à medida que o Instituto Robert Koch registrou 350 casos e 37 óbitos nas últimas 24 horas. Ao todo, 184.543 contraíram o novo coronavírus e 8.711 foram vítimas fatais da doença.

Já distante de seu período de maior contágio, a Espanha informou nesta terça-feira que 50 pessoas morreram no país por causa da covid-19 nos últimos sete dias. Os dados oficiais do governo espanhol registram 241.966 infectados e 27.136 óbitos ao longo da pandemia. A quarentena na Espanha está marcada para acabar no dia 21 de junho. Segundo afirmou o governo local, mesmo após o lockdown, será necessário o uso de máscaras em todas as cidades do país.


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