EUA alerta Caracas das consequência se Guaidó não voltar com segurança ao país

EUA alerta Caracas das consequência se Guaidó não voltar com segurança ao país

Líder opositor desafiou a proibição de sair do país e iniciou, em meados de janeiro, uma viagem para vários países, terminando nos EUA

AFP

Em diálogo com imprensa, Guaidó foi questionado se tinha medo e disse que "todos têm. Temos fome"

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Nesta quinta-feira, os Estados Unidos alertaram a Venezuela de que haverá consequências caso o líder da oposição Juan Guaidó não possa retornar com segurança a seu país de uma visita a Washington.

"Esperamos que o regime faça o cálculo, especialmente após esta viagem, que o apoio a Guaidó é forte e que a reação a qualquer ação contra ele será um erro do regime", afirmou Elliott Abrams, o encarregado dos EUA para Venezuela, a jornalistas. "Estamos muito preocupados com isso e esperamos que ele retorne em segurança", afirmou.

Quando pedido para explicar o que os Estados Unidos fariam em alguma eventualidade contrária, Abrams se limitou a dizer: "Estamos preparados".

Guaidó, reconhecido presidente interino pelos Estados Unidos e por mais de 50 países, assistiu ao discurso de Donald Trump sobre o Estado da União diante do Congresso como "convidado especial" do mandatário e da primeira-dama.

Trump prometeu "esmagar a tirania" de Maduro e descreveu Guaidó como "um homem muito corajoso, que carrega consigo as esperanças, os sonhos e as aspirações de todos os venezuelanos". No dia seguinte, Guaidó se reuniu com Trump na Casa Branca, recebendo tratamento destinado a chefes de Estado.

Maduro reagiu nesta quarta-feira, acusando Trump de levar os Estados Unidos a um conflito "de alto nível contra a Venezuela" e chamou novamente Guaidó de "marionete" de Washington.

Após renovar seu mandato como líder parlamentar e presidente interino, Guaidó desafiou a proibição de sair do país emitida pelas autoridades e iniciou, em meados de janeiro, um périplo que levou-o à Colômbia, à Europa, ao Canadá e aos Estados Unidos. Ele busca apoio em sua ofensiva contra Maduro, que ele almeja derrubar para liderar um governo de transição e organizar novas eleições. O líder opositor já saiu do país no ano passado e conseguiu voltar, apesar das ameaças de prisão.

Em diálogo com a imprensa após se reunir nesta quinta-feira com o secretário de Estado, Mike Pompeo, Guaidó não respondeu quando perguntaram se voltaria à Venezuela, embora no sábado, em um ato em Miami, tenha anunciado "uma grande mobilização em Caracas" em seu retorno "nos próximos dias". Questionado se tinha medo, respondeu: "Todos têm. Temos fome".


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