EUA parabeniza presidente eleito da Bolívia e "espera trabalhar" com novo governo

EUA parabeniza presidente eleito da Bolívia e "espera trabalhar" com novo governo

Luis Arce, apoiado por Evo Morales, venceu as eleições no primeiro turno com 53% dos votos

AFP

Apesar do avanço lento da apuração de votos, Luis Arce e Evo Morales proclamaram vitória

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O governo do presidente norte-americano, Donald Trump, cumprimentou nesta segunda-feira o afilhado político do ex-presidente Evo Morales, Luis Arce (MAS), reconhecendo-o como o vencedor das eleições na Bolívia e se disse disposto a trabalhar com as novas autoridades do país andino.

"Parabenizamos o presidente eleito da Bolívia, Luis Arce, e o vice-presidente eleito, David Choquehuanca. O presidente Trump e os Estados Unidos esperam trabalhar com o governo eleito boliviano nos interesses compartilhados dos nossos cidadãos", disse o chefe da diplomacia americana para a América Latina, Michael Kozak.

Apesar do avanço lento da apuração de votos, Luis Arce e Evo Morales proclamaram vitória no primeiro turno com 53% dos votos. A presidente interia, Jeanine Áñez, reconheceu o resultado. Carlos Mesa (FRE), seu principal rival, permanece em silêncio, esperando "com paciência e tranquilidade" o resultado da contagem de votos pelo Supremo Tribual Eleitoral, segundo seu porta-voz, Ricardo Paz.

Além disso, as projeções que deram a vitória no primeiro turno à chapa do Movimento ao Socialismo (MAS) de Morales foram aceitas por seus adversários. 

"Reconhecemos que o senhor Arce e o senhor Choquehuanca foram os eleitos neste fim de semana", disse Kozak a jornalistas, destacando que se o governo interino de Jeanine Áñez o havia reconhecido, os Estados Unidos fariam o mesmo.

Arce era o favorito nestas eleições, que se celebraram depois que o pleito de 20 de outubro de 2019 foi cancelado após uma auditoria da Organização de Estados Americanos, que estabeleceu uma "manipulação dolosa" a favor do então presidente Morales (2006-2019), que tentava um quarto mandato e acabou renunciando e asilando-se, primeiro no México e depois na Argentina.

"A razão pela qual as eleições de outubro do ano passado fracassaram foi que o governo que estava no poder tentou manipular a votação e o povo protestou contra isso. Desta vez, os procedimentos foram o melhor que todos podem dizer, honestos e confiáveis", disse Kozak.

O diplomata, vice-secretário do Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado, disse que os Estados Unidos não fazem "nenhuma presunção" a priori sobre as políticas do futuro governo boliviano. "Se está disposto a trabalhar conosco em áreas em que compartilhamos interesses e valores, desejamos isto. Funcionou em outros lugares", afirmou Kozak.

A Bolívia e os Estados Unidos estão sem embaixadores desde 2008, quando Morales expulsou Philip Golberg, acusando-o de conspirar contra seu governo. Washington agiu em reciprocidade.


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