EUA supera o meio milhão de mortos pela Covid, enquanto vacinação acelera no mundo

EUA supera o meio milhão de mortos pela Covid, enquanto vacinação acelera no mundo

Em todo o mundo, o número de óbitos é próximo a 2,5 milhões

AFP

Países com mais mortes depois dos EUA são Brasil, México, Índia e Reino Unido

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Os Estados Unidos superaram nesta segunda-feira as 500 mil mortes pelo coronavírus, enquanto a aceleração da vacinação no mundo oferece um vislumbre de esperança, como na Inglaterra, que se prepara para uma "prudente" suspensão do confinamento.

Diante do marco sombrio nos Estados Unidos, o presidente Joe Biden ordenará que as bandeiras dos prédios do governo federal sejam hasteadas a meio mastro por cinco dias, anunciou sua porta-voz, Jen Psaki.

O presidente democrata planeja falar à nação antes de participar de uma cerimônia à luz de velas e um minuto de silêncio com sua esposa Jill, junto com a vice-presidente Kamala Harris e seu marido Doug Emhoff na Casa Branca.

Ao contrário de seu antecessor, o republicano Donald Trump, que muitas vezes procurou minimizar a doença, Biden fez do combate à pandemia sua prioridade. O presidente alertou que o número de vítimas nos Estados Unidos pode ultrapassar 600 mil.

Mas nos Estados Unidos e no resto do mundo há sinais de progresso para superar a pandemia declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em março de 2020, com queda acentuada nas infecções e aumento constante nas entregas de vacinas.

Normalidade em junho?

No Reino Unido, com mais de 120.000 mortes, o primeiro-ministro Boris Johnson revelou nesta segunda-feira um plano "prudente" e "progressivo" para retirar a Inglaterra do confinamento imposto no início de janeiro, após uma explosão de casos ligados à variante britânica do coronavírus.

O retorno dos alunos às escolas está previsto para 8 de março e as vendas no varejo não essenciais a partir de 12 de abril. Em 17 de maio será possível assistir a jogos esportivos e demais restrições de distanciamento social devem ser retiradas em 21 de junho.

Na Alemanha, apesar dos temores de uma terceira onda relacionada à variante britânica, as escolas reabriram após um fechamento de dois meses. Ainda assim, é improvável que haja uma data final clara para os riscos de contágio de um vírus facilmente transmissível. O principal conselheiro de saúde de Biden, Anthony Fauci, lembrou que os americanos podem ter que usar máscaras até 2022.

Em todo o mundo, o número de óbitos é próximo a 2,5 milhões. Os países com mais mortes depois dos Estados Unidos são o Brasil (mais de 246.000), México (mais de 180.000), Índia (cerca de 156.000) e Reino Unido (mais de 120.000).

Índia pede paciência

Os Estados Unidos anunciaram sua primeira morte em fevereiro do ano passado e só ultrapassaram a marca de 100.000 três meses depois, durante uma primeira onda que atingiu especialmente Nova Iorque.

Mas à medida que o surto se espalhou pelos Estados Unidos, o ritmo aumentou, com o número subindo para 400.000 há pouco mais de um mês, após um aumento causado em parte pelos feriados de fim de ano.

Enquanto isso, a Índia, o segundo país mais afetado do mundo em termos de infecções, ultrapassou um limiar desolador ao registrar seus 11 milhões de casos.

Novas restrições às reuniões entraram em vigor no estado ocidental de Maharashtra, lar da capital financeira do país, Mumbai, que registrou quase 52.000 mortes desde o início da pandemia.

O Serum Institute of India, maior fabricante mundial de vacinas, pediu aos países que aguardam fornecimento que sejam "pacientes", depois que o governo pediu prioridade à demanda interna.

Na capital, Nova Délhi, a vendedora de vegetais Radhekrishna Negi refletiu o sentimento de toda a humanidade quando disse à AFP: "estou farta do coronavírus."

O secretário-geral da ONU, António Guterres, lamentou nesta segunda-feira que a pandemia esteja sendo utilizada por alguns países, que ele não mencionou, para calar "vozes contrárias" e silenciar a mídia.

Vacinação no Paraguai

Nos Estados Unidos, mais de 63,1 milhões de pessoas já receberam as vacinas autorizadas até agora (Pfizer / BioNTech e Moderna), das quais 18,8 milhões já receberam as duas doses exigidas, segundo dados do CDC, centro federal de vigilância de saúde pública.

Os Estados Unidos podem ter uma terceira vacina licenciada até o final da semana, a da Johnson & Johnson, sobre a qual um comitê deve emitir um parecer consultivo na sexta-feira.

Na América Latina, a segunda região do mundo mais atingida pela pandemia depois da Europa, o Paraguai lançou seu plano de imunização com a vacina russa Sputnik V. "Hoje é um dia histórico", disse o ministro da Saúde, Julio Mazzoleni, que aplicou a primeira dose na enfermeira Mirian Arrúa em um hospital nos arredores de Assunção.

Na Faixa de Gaza, território controlado pelo Hamas desde 2007 e bloqueado por Israel, as vacinações começaram após o embarque de cerca de 20 mil doses da Sputnik V dos Emirados Árabes Unidos e da Autoridade Palestina na Cisjordânia.

A Austrália também iniciou a vacinação em meio ao ceticismo de muitos. Cerca de 208,2 milhões de doses já foram aplicadas no mundo, segundo dados oficiais compilados pelo projeto Our World in Figures, da Universidade de Oxford.


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