EUA tiram de Hong Kong status de região autônoma

EUA tiram de Hong Kong status de região autônoma

Medida permite que Trump suspenda a relação econômica especial dos EUA com o território, aplicando mesmas sanções e tarifas já praticadas com a China

AE

Para Pompeo, Hong Kong já não tem a autonomia prometida pela China

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O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse ontem ao Congresso americano que Hong Kong já não tem a autonomia prometida pela China, o que retira do território o status especial sob a lei americana. "Nenhuma pessoa razoável pode dizer hoje que Hong Kong mantém um alto grau de autonomia em relação à China, dados os fatos ocorridos no local", disse Pompeo, em comunicado divulgado antes da aplicação de uma nova lei de segurança nacional, que deve ser imposta hoje por Pequim.

A medida permite que o presidente Donald Trump suspenda a relação econômica especial dos EUA com o território. A partir de agora, Washington poderia aplicar a Hong Kong as mesmas tarifas e exigências já praticadas com a China.

Segundo lei aprovada no ano passado pelo Congresso americano, com o objetivo de apoiar o movimento pró-democracia de Hong Kong, o governo deve se certificar de que o território ainda é autônomo para que tenha status especial com os EUA para fins comerciais.

"Os EUA esperavam que o território de Hong Kong, livre e próspero, proporcionasse um modelo para a China autoritária. Agora, está claro que a China está moldando Hong Kong à sua imagem", disse Pompeo. "Os EUA apoiam o povo de Hong Kong, enquanto o mesmo luta contra a crescente negativa do Partido Comunista à autonomia que lhe prometeu."

Protesto

Foto: ISAAC LAWRENCE / AFP / CP

Ontem, a polícia de Hong Kong usou spray de pimenta para dispersar um protesto pró-democracia em frente ao prédio do Legislativo local. Pelo menos 300 pessoas foram presas. A confusão aconteceu pouco antes do início do debate de um projeto de lei que penaliza com até 3 anos de prisão ofensas ao hino nacional chinês.

A discussão da proposta no Conselho Legislativo (LegCo), que segundo o movimento pró-democracia viola a liberdade de expressão, ocorre pouco depois da decisão da China de impor em Hong Kong uma lei de segurança nacional, que cria punições para traição, subversão e sedição.

Para conter a multidão, a polícia colocou barreiras ao redor do prédio do LegCo e os manifestantes foram dispersados com violência. "Agora, é como se, de fato, houvesse um toque de recolher", disse Nathan Law, um dos líderes do movimento democrático.


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