Extrema direita da Áustria é acusada de querer controlar a imprensa
Governo divulgou instruções para polícia limitar cooperação com jornais considerado críticos
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Esta mensagem, cuja autenticidade foi confirmada pelo Ministério, recomenda que a nacionalidade e o possível status de um solicitante de asilo, ou de um beneficiário do direito de asilo, sejam especificados de maneira sistemática nas notícias sobre incidentes dos quais são suspeitos. A oposição socialdemocrata, liberal e Verde denunciou hoje uma "mordaça para os veículos independentes", assim como uma tentativa de "orbanização" da Áustria - em uma referência ao líder "iliberal" húngaro, Viktor Orban.
O Partido liberal Neos solicitou que o Parlamento convoque Kickl na quarta-feira e pediu ao chanceler conservador Sebastian Kurz que se manifeste sobre o tema. De Nova York, onde participa da Assembleia Geral anual da ONU, Kurz declarou que "qualquer limitação da liberdade de imprensa é inaceitável". O Kurier denunciou "o controle de Kickl sobre os meios", enquanto o Standard se indignou com um "ataque frontal à liberdade da imprensa".
O ministro reconheceu ter feito "incitações" às suas direções gerais e afirmou que os veículos apontados costumam mostrar - segundo ele - "parcialidade". O gabinete garantiu, no entanto, que a iniciativa não partiu de Kickl e que o e-mail não tem "valor de instrução".
Herbert Kickl, de 49 anos, ex-secretário-geral do FPÖ e considerado o "cérebro" do partido, está sob críticas desde sua chegada à pasta em dezembro passado. Esse delicado Ministério tinha ficado até agora fora do controle da extrema direita. O FPÖ governa a Áustria desde dezembro em uma coalizão formada com os conservadores de Kurz.