Fernández avisa FMI que Argentina não fará mais ajustes

Fernández avisa FMI que Argentina não fará mais ajustes

Dívida do país subiu de 52,6% para 80% do PIB desde posse de Macri

AFP

Fundo concedeu crédito de US$ 57 bilhões ao país em 2018

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O presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, disse nessa terça-feira à diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) que o país vai cumprir com seus compromissos, mas pagará a dívida sem aplicar mais ajustes fiscais sobre uma sociedade já atingida pela recessão.

A equipe de Fernández entrou em contato com Kristalina Georgieva, a diretora-gerente do FMI. O Fundo concedeu à Argentina um crédito de 57 bilhões de dólares em 2018. Em Buenos Aires, a assessoria de imprensa de Fernández disse que ele tem "um plano sustentável" que permitirá crescer e honrar as obrigações que a Argentina tem com o Fundo e com os demais credores".

"Estamos assumindo um compromisso que possamos cumprir", disse Fernández, advertindo que não fará "mais ajustes fiscais porque a situação é de uma complexidade enorme" após um "nível de ajustes tremendo na era (do presidente Mauricio) Macri". "É meu dever antecipar que na situação em que se encontra a economia argentina é difícil propiciar um ajuste maior".

Georgieva informou que teve uma conversa muito "construtiva" com o presidente eleito, cuja posse está prevista para o dia 10 de dezembro. "Reafirmei a disposição do Fundo de colaborar com seu governo e trabalhar para abrir o caminho a um crescimento sustentável e à redução da pobreza. Concordamos em seguir mantendo um diálogo aberto para o bem dos argentinos", revelou Georgieva.

A dívida argentina cresceu de 52,6% do PIB em 2015, quando Macri tomou posse, para mais de 80% este ano, segundo números oficiais divulgados em junho. A economia está em recessão desde o segundo trimestre do ano passado, com um forte aumento da pobreza, inflação, desemprego e falências.


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