Festas clandestinas preocupam Argentina ao espalharem a Covid-19

Festas clandestinas preocupam Argentina ao espalharem a Covid-19

Autoridades estão buscando soluções para os jovens, no sentido de evitar festas que, segundo chefe de gabinete, já reuniram cerca de 3 mil pessoas

R7

Governos federal, das províncias e dos municípios estão preocupados com as festas clandestinas

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A Argentina também está passando por uma segunda onda na pandemia de Covid-19. Se, de março a junho, o governo federal, provinciais e municípios organizaram uma rígida quarentena, a partir de meados do ano, com um maior relaxamento, outras cidades do interior do país passaram a ter grande número de infectados.

E o que tem preocupado as autoridades, que voltaram a implementar algumas medidas de restrições em algumas regiões, são as chamadas festas clandestinas. Elas têm se intensificado e causado preocupações, conforme afirmou o chefe de gabinete do governo de Buenos Aires, Carlos Bianco, em coletiva no último dia 15, ao lado do responsável pela saúde da capital argentina, Daniel Gollán.

"Temos uma grande preocupação por esta situação (das festas clandestinas), encontramos muitas dessas festas que obviamente são em lugares fechados e que são proibidas, outras nem conseguimos encontrar justamente pelo fato de serem ilegais e clandestinas e não dá para encontrar todo o tempo... Já soube de festas com 2 mil, 3 mil pessoas, uma em cima da outra, isso nos preocupa, sem cuidados, a possibilidade de cuidado nestas situações é nula, estamos buscando uma solução racional e que tenha cuidados para os jovens", afirmou.

Ao R7, o infectologista Tomás Orduna, da Universidade de Buenos Aires, ressaltou que o país viveu momentos de aglomerações nos últimos dias, mas que tais eventos, como o velório de Maradona, não são tão prejudiciais quanto essas festas coletivas.

"Sobre a algomeração no país, a morte de Maradona, neste rebote, é uma possibilidade, mas eu sou particularmente um dos que acreditam que é muito mais importante numericamente o que está ocorrendo sobretudonas noites de fins de semana com reuniões massivas que se diz clandestinas, mas acho que se apresentam claramente, as redes sociais asseguram quantidade, e depois claro é muito dificil desfazer reunião desta magnitude, mas quando já se produz é seguro que pelo menos dois ou três saiam contagiados e multiplicam em seus domicílios", ressalta.

O governo está tomando algumas atitudes. Colocou em fase 3, que controla horários de comércio, algumas regiões e, segundo Bianco, irá regulamentar encontros com jovens, seguindo protocolos, ao ar livre, com no máximo duzentas pessoas e 30% da capacidade do espaço, com obrigatoriedade de máscaras e distanciamento social.

Em 1 dezembro, com 8.037 novos casos, o país voltou a ter um número similar ao de meados do ano. Em 25 de agosto, por exemplo, o número de novos infectados foi de 8.871. Até o último domingo, o número de mortos na Argentina era de 41.763, considerado alto na média por milhão de habitantes.

"Se não tivesse sido feito nada e não tivéssemos a quarentena no início poderíamos estar hoje com algo entre 200 e 250 mil mortos", afirma Orduna.

Segundo ele, que destacou a capacidade da Argentina em realizar planos de vacinação, a utilização da vacina russa se deve ao fato desta ter sido a mais acessível até agora.

"Creio que houve passos que aproximaram mais o país de ter a vacina da Rússia. A de Oxford parece que terá registro prolongado até fevereiro, após envio de matéria-prima à Argentina. O que se sabe sobre a da Pfizer é que há muitos compromissos no hemisfério norte e não haveria tanta capacidade de produzir a vacina para outras regiões neste momento. A russa foi a que se apresentou com maior possibilidade para um plano de vacinação que se projeta para fim de dezembro e seguramente em janeiro", observa.


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