Fim de semana de confrontos deixa 36 mortos em presídios de Honduras

Fim de semana de confrontos deixa 36 mortos em presídios de Honduras

Massacres aconteceram pouco depois de o presidente de Honduras declarar emergência em 27 instituições penais

AFP

Presidente declarou emergência em 27 instituições penais

publicidade

Ao menos 36 detentos morreram no fim de semana em confrontos em presídios de Honduras, no momento em que o exército e a polícia tentam recuperar o controle nas penitenciárias do país. No domingo à tarde, 18 integrantes de gangues morreram em um confronto entre detentos no presídio de El Porvenir, 60 quilômetros ao Norte de Tegucigalpa. A briga, que também deixou 10 feridos, incluiu armas de fogo e objetos cortantes, informou o porta-voz da Força de Segurança Interinstitucional Nacional (Fusina), o subtenente José Coello. 

Na sexta-feira à noite, 18 presos morreram e 16 ficaram feridos em um tiroteio na penitenciária do porto de Tela, 200 quilômetros ao Noroeste da capital. Os massacres aconteceram pouco depois de o presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández, declarar emergência em 27 instituições penais, que abrigam mais de 21 mil detentos, com o objetivo de passar o controle dos presídios para a Fusina, liderada por militares e policiais. A Fusina anunciou a mobilização de quase 1.200 militares e policiais em 18 das 27 penitenciárias consideradas de "alto risco". 

A emergência foi declarada após o assassinato de cinco membros da gangue Mara Salvatrucha (MS-13) em 14 de dezembro no presídio de segurança máxima de La Tolva, a 40 quilômetros da capital. Um dia antes, o diretor do presídio de segurança máxima de El Pozo I, em Santa Bárbara (oeste), Pedro Ildefonso Armas, foi morto a tiros. 

O funcionário estava suspenso do cargo para ser investigado por ter testemunhado quando detentos mataram em 26 de outubro Magdaleno Meza, que foi sócio do ex-deputado Juan Antonio "Tony" Hernández. Tony Hernández, irmão do presidente Juan Orlando Hernández, foi condenado por quatro crimes de tráfico de drogas em um tribunal de Nova Iorque. A justiça americana condenou Hernandez com base em anotações encontradas com Meza, com registros do tráfico de cocaína. O advogado de Meza, Carlos Chajtur, acusou publicamente o governo de ter ordenado a morte de seu cliente em represália por ter colaborado com a justiça americana no julgamento contra Hernández.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895