Flórida enfrenta a devastação provocada pelo furacão Ian

Flórida enfrenta a devastação provocada pelo furacão Ian

Estado registrou ao menos dois mortos e 20 pessoas desaparecidas em decorrência do fenômeno

AFP

Estado registrou ao menos dois mortos e 20 pessoas desaparecidas em decorrência do fenômeno

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Os Estados Unidos enfrentaram nesta quinta-feira (29) os danos "históricos" do poderoso furacão Ian, que "devastou" algumas cidades da Flórida, segundo o governador deste estado, e deixou pelo menos dois mortos.

Um porta-voz do condado de Volusia, na costa leste da Flórida, anunciou que havia registrado "a primeira morte ligada ao furacão Ian". Trata-se de um homem de 72 anos, "que saiu para drenar sua piscina durante a tempestade", disse Kevin Captain.

Separadamente, um funcionário do condado de Osceola, na parte centro-leste do estado, disse à CNN sobre a morte de um morador de um lar de idosos.

Mais cedo, o governador Ron DeSantis mencionou duas mortes "ainda não confirmadas, pois não sabemos se estão relacionadas à tempestade", embora seja "provável". Ele não indicou onde essas mortes ocorreram.

Na costa oeste da Flórida, onde o furacão atingiu a costa, o xerife do condado de Lee disse à MSNBC que houve mortes, sem especificar o número.

Ao mesmo tempo, a busca continuou por 20 pessoas desaparecidas na quarta-feira depois que um barco de imigrantes virou perto do arquipélago de Cayos, ligeiramente fora do caminho do furacão.

Barco encalhado

"Temos duas mortes que ainda não foram confirmadas, pois não sabemos se estão relacionadas à tempestade", embora seja "provável", disse Ron DeSantis. "Nós nunca vimos inundações como estas", frisou. "Algumas áreas, como Cape Coral, a cidade de Fort Myers, foram inundadas e devastadas por esta tempestade", continuou o governador, apontando danos "históricos".

Ian, rebaixado para tempestade tropical, atingiu a terra na tarde de quarta-feira como um furacão de categoria 4 (em uma escala de 5) no sudoeste da Flórida, antes de continuar avançando pelo estado, com ventos fortes e chuvas torrenciais.

Ainda é cedo para fazer uma avaliação, mas alguns danos materiais já eram visíveis algumas horas depois da passagem do furacão. No porto de Fort Myers, alguns barcos ficaram parcialmente submersos e outro encalhou na costa.

Na manhã desta quinta-feira, mais de 2,6 milhões de residências e comércios estavam sem energia elétrica, de um total de 11 milhões, segundo o site especializado PowerOutage.

"Incessante"

Punta Gorda, uma pequena cidade costeira localizada no caminho do furacão, acordou sem eletricidade. Enquanto bombeiros e policiais vasculhavam as ruas para avaliar os danos, uma escavadeira limpava galhos de palmeiras caídos. Ian arrancou algumas árvores, bem como postes de energia e placas de trânsito.

Fortes chuvas inundaram as ruas do pequeno porto, onde a água ainda estava na altura da panturrilha esta manhã. Morador da cidade, Joe Ketcham decidiu ficar em casa na quarta-feira, apesar das ordens de evacuação. "Agora estou mais calmo, mas ontem estava preocupado", comentou o senhor de 70 anos. "Foi incessante. O vento soprava constantemente. Podíamos ouvir o metal batendo contra o prédio. Estava escuro. Não sabíamos o que estava acontecendo lá fora", narrou.

Lisamarie Pierro, que também mora em Punta Gorda, disse estar aliviada ao ver sua casa "ainda de pé". "Foi longo e intenso. E então parou. E então recomeçou", explicou.

Ian também ameaçou a cidade de Orlando e os parques temáticos da Disney nas proximidades, fechados na quarta e nesta quinta-feira.

Fortalecimento

Dada a magnitude dos danos, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou estado de desastre natural esta manhã, uma decisão que permite que fundos federais adicionais sejam liberados para as regiões afetadas.

O chefe dos bombeiros da cidade do sudoeste da Flórida, Pete DiMara, disse à CNN que sua estação foi subitamente inundada com até dois metros de água, impedindo que suas equipes atendessem às chamadas de emergência.

Embora enfraquecido, Ian continuava seu curso destrutivo em direção à Carolina do Sul nesta quinta-feira. O Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos disse que gerou ventos de até 100 km/h e inundações "catastróficas" no centro-leste da Flórida.

Os meteorologistas esperam que Ian se fortaleça, recuperando força do furacão quando tocar o solo na Carolina do Sul na sexta-feira, antes de perder força rapidamente de novo.

Especialistas apontam que, à medida que a superfície dos oceanos aquece, aumenta a frequência de furacões mais intensos, com ventos mais fortes e mais precipitação, mas não o número total de furacões.


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