Foto de Fernández em festa durante a quarentena abre crise política na Argentina

Foto de Fernández em festa durante a quarentena abre crise política na Argentina

Parlamentares da oposição entraram com um pedido de impeachment contra o mandatário argentino por episódio em julho do ano passado

AE

Presidente pediu desculpas pelo episódio ocorrido em julho do ano passado

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A divulgação de uma foto de uma festa em julho do ano passado durante a quarentena contra a Covid-19 na Argentina abriu uma crise política no governo do presidente Alberto Fernández. A reunião de amigos na residência oficial de Olivos para comemorar o aniversário da primeira-dama Fabíola Yanez fez parlamentares da oposição entrarem com um pedido de impeachment contra o mandatário. Embora seja improvável que o processo tenha seguimento, Fernández pediu desculpas por ter participado do evento.

O pedido de impeachment foi apresentado pelos deputados opositores Mario Negri, Luis Petri, Waldo Wolff e Cristian Ritondo, que qualificaram a reunião como um "ato de impunidade". Na época, mesmo reuniões privadas estavam proibidas no país.

"É um crime com implicações éticas, morais e de governança", disse Wolff. "Apesar de não termos os votos, é hora de chamar a atenção para isso, e há um grande número de cidadãos que concorda conosco."

Em um evento em Buenos Aires nesta sexta-feira, Fernández lamentou ter violado as regras da quarentena e pediu desculpas. "Fabíola fez um brinde com os amigos para celebrar o seu aniversário que não deveria ter ocorrido e eu me arrependo", disse o presidente, que na foto não usava máscaras nem cumpria distanciamento em relação aos outros presentes.

No ano passado, a Argentina implementou um rígido regime de quarentena que conseguiu conter por alguns meses o número de casos e mortes por Covid-19 no país. No segundo semestre, no entanto, depois da reabertura gradual da economia, o país foi severamente golpeado pelo vírus. Em 2021, a chegada da variante Gama à Argentina levou o sistema público de saúde ao quase colapso.

A crise deve acirrar o clima das eleições de novembro, quando a oposição tentará tomar o controle do Congresso, em meio a uma campanha de vacinação que começou incipiente e, atualmente, avança em velocidade similar à brasileira. 

 


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