França diz que 2017 será "ano de vitória contra terrorismo"

França diz que 2017 será "ano de vitória contra terrorismo"

Presidente François Hollande está em visita ao Iraque

AFP

França diz que 2017 será "ano de vitória contra terrorismo"

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O presidente francês, François Hollande, em visita ao Iraque em plena ofensiva contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI), afirmou nesta segunda-feira que 2017 será um "ano de vitória contra o terrorismo". Hollande, que já esteve no Iraque em 2014, é até a data o único grande dirigente da coalizão internacional anti-EI, liderada pelos Estados Unidos, a viajar a este país desde a formação da coalizão, há dois anos e meio.

Atentado com carro-bomba deixa ao menos 32 mortos em Bagdá

Durante um encontro em Bagdá com instrutores militares franceses que treinam as forças especiais de elite antiterroristas iraquianas, Hollande disse que 2017 será um "ano de vitória contra o terrorismo". "Lutar contra o terrorismo aqui no Iraque também é prevenir atos terroristas em nosso próprio território", disse. A França foi atingida por uma série de ataques extremistas nos últimos dois anos com um saldo de mais de 200 mortos. Hollande também destacou a importância da "reconstrução" do Iraque, onde centenas de milhares de pessoas foram deslocadas.

O presidente francês, que chegou pouco antes das 4h30min a Bagdá, viaja acompanhado do ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian.  Durante a tarde, irá a Arbil, na região autônoma curda (Norte), onde estão mobilizadas as forças especiais francesas que aconselham os peshmergas curdos na luta pela reconquista de Mossul.

A França é o segundo maior sócio da coalizão militar contra o EI, depois dos Estados Unidos. Desde 2014, lançou mais de 1 mil  bombardeios e destruiu 1,7 mil alvos no Iraque e na Síria, os dois países onde o EI está implantado. Além dos 14 caças de tipo Rafale baseados na Jordânia e nos Emirados Árabes Unidos, cerca de 500 soldados franceses fornecem aconselhamento, formação e apoio de artilharia no Iraque às tropas deste país que lutam para recuperar os territórios tomados pelos extremistas, incluindo a cidade de Mossul (Norte).

Segurança máxima


A ofensiva lançada em outubro para retomar Mossul, a segunda cidade do Iraque, mobiliza a maioria das tropas iraquianas.
Apoiadas pelas forças aéreas da coalizão, elas enfrentam uma forte resistência dos extremistas.

O primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, disse na semana passada que serão necessários "mais três meses" para "eliminar o EI".  "Estimamos que em Mossul serão necessários três meses, será longo, especialmente para proteger os civis e não atacar indiscriminadamente", estimou uma fonte diplomática francesa.

O presidente francês se reunirá em Bagdá com o presidente curdo da República, Fouad Massoum, com o primeiro-ministro xiita, Haider al-Abadi, e com o presidente sunita do Parlamento, Salim Al-Joubouri.  Sua visita, em segredo até o último momento, ocorre em meio a enormes medidas de segurança.

Nesta segunda-feira, ao menos 32 pessoas morreram na capital iraquiana em um atentado em um bairro xiita cometido por um suicida ao volante de um carro-bomba, dois dias depois de outro atentado que matou 27 pessoas em um mercado de Bagdá. "Não terminamos com o terrorismo", advertiu Hollande no sábado durante seu último discurso por ocasião da véspera de Ano Novo.

Diante de seus revezes em terra em Iraque, Síria e Líbia, os extremistas multiplicaram os atentados nestes países, mas também na Europa.  Hollande, que não buscará a reeleição nas eleições presidenciais de abril de 2017 depois de um primeiro mandato impopular, se lançou na luta contra o terrorismo desde o início de seu mandato de cinco anos, multiplicando as intervenções militares no Mali, República Centro-Africana, Iraque e Síria.


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