"General iraniano devia ter sido morto há muitos anos", diz Trump

"General iraniano devia ter sido morto há muitos anos", diz Trump

Presidente dos Estados Unidos afirmou que Qassem Soleimani matou e feriu milhares de americanos

AFP

Trump afirmou que Soleimani deveria ter sido morto há anos

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira que o general iraniano Qassem Soleimani, morto em um ataque americano em Bagdá, deveria ter sido assassinado "há muitos anos". "O general Qassem Soleimani matou, ou feriu gravemente, milhares de americanos durante um longo período e tramava matar muitos mais (...) Era direta e indiretamente responsável pela morte de milhões de pessoas", tuitou. 

 

O chefe de Estado norte-americano comentou ainda que os iranianos não estariam tão tristes quanto os líderes do país irão afirmar para o mundo. O ataque que vitimou Soleimani e outras sete pessoas ocorreu nesta sexta-feira, no Aeroporto Internacional de Bagdá, no Iraque. O bombardeio, realizado por um drone, foi ordenado por Trump. 

Logo depois de confirmada a morte de Soleimani, o clima de tensão aumentou ainda mais com declarações de um dos principais líderes do Irã, o aiatolá Ali Khamenei. O guia supremo se comprometeu a "vingar" a morte do general. Ele ainda decretou três dias de luto nacional no país.

"O martírio é a recompensa por seu trabalho incansável durante todos estes anos (...) Se Deus quiser, sua obra e seu caminho não vão parar aqui e uma vingança implacável espera os criminosos que encheram as mãos com seu sangue e a de outros mártires", afirmou o aiatolá Khamenei em sua conta no Twitter em farsi.

Popular e temido 

O poderoso general Qasem Soleimani era uma das pessoas mais populares do Irã e um temido adversário dos Estados Unidos e de seus aliados. Comandante da Força Qods da Guarda Revolucionária, responsável pelas operações da República Islâmica no exterior, este personagem carismático exerceu uma grande influência nas negociações políticas a partir de 2018 para a formação de um governo no Iraque. Soleimani, que tinha 62 anos, se transformara recentemente em uma estrela no Irã com muitos seguidores no Instagram. 

Para seus apoiadores e para os críticos, Soleimani, que desempenhou um papel importante na luta contra as forças jihadistas, é o homem chave da influência iraniana no Oriente Médio, onde reforçou o peso diplomático de Teerã, sobretudo no Iraque e na Síria, dois países em que os Estados Unidos estão envolvidos militarmente. "Para os xiitas do Oriente Médio ele é uma mescla de James Bond, Erwin Rommel e Lady Gaga", escreveu o ex-analista da CIA Kenneth Pollack em seu perfil de Soleimani para a edição da revista americana Time dedicado às 100 pessoas mais influentes do mundo em 2017. "Para o Ocidente, é responsável por exportar a revolução islâmica do Irã, apoiar os terroristas (...) comandar as guerras do Irã no exterior", completou. 

Uma pesquisa publicada em 2018 pelo instituto IranPoll e a Universidade de Maryland mostrou que 83% dos iranianos tinham uma opinião favorável de Soleimani, resultado melhor que o registrado pelo presidente Hassan Rohani e o ministro das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif. No exterior, alguns líderes ocidentais o consideravam um personagem central nas relações de Teerã com grupos como o Hezbollah libanês e o movimento palestino Hamas.


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