"Genocídio" de rohingyas em Mianmar continua, diz missão da ONU
De acordo com organização, desde 2017 foram mortas 10 mil pessoas da minoria muçulmana no país
publicidade
Como afirmou em coletiva de imprensa, salvo os assassinatos, todas as outras características de um crime maciço (como discriminar uma população e jogá-la no ostracismo, impedir nascimentos, prender um grupo humano em campos de concentração) continuam estando presentes neste caso. "A intenção genocida" contra esta minoria muçulmana "pode ser razoavelmente inferida", comentou no Conselho de Segurança.
• Um ano após êxodo e "limpeza étnica", futuro dos rohingyas segue incerto
Difundido publicamente em setembro, o relatório de 444 páginas, elaborado por uma equipe que não foi autorizada a entrar em Mianmar, contou com vários testemunhos de exilados rohingyas. O relatório denuncia um "
genocídio" e pede ao Conselho de Segurança que leve ao Tribunal Penal Internacional seis generais birmaneses, entre eles o comandante das Forças Armadas, Min Aung Hlaing.
O parecer também pede um embargo à venda de armas ao regime birmanês e outras sanções. Segundo Darusman, desde o verão boreal de 2017 cerca de 10 mil rohingyas foram mortos, 390 de suas aldeias, destruídas, e mais de 720 mil pessoas abandonaram o estado de Rakhine para Bangladesh. "Não estão dadas as condições para um retorno seguro dos rohingyas a seu país", afirmou.
Se o retorno acontecesse hoje, eles estariam condenados a novos assassinatos, alertou. O governo birmanês rejeita as acusações do relatório e questiona a independência da missão da ONU e sua composição. A reunião do Conselho desta quarta-feira foi promovida pelos países ocidentais e rejeitada por Rússia e China.