Ghislaine Maxwell vai a julgamento no caso Epstein

Ghislaine Maxwell vai a julgamento no caso Epstein

Ela pode pegar até 80 anos de prisão

AFP

publicidade

O julgamento de Ghislaine Maxwell por tráfico sexual de menores para o falecido financista Jeffrey Epstein começa nesta segunda-feira em um tribunal federal do Brooklyn, em Nova York, em meio a grandes expectativas. A filha de 59 anos de Robert Maxwell, falecido magnata da imprensa britânica, enfrenta o risco de uma prolongada condenação se o júri a considerar culpada de recrutar menores de idade para a satisfação sexual de Epstein, que se suicidou há dois anos.

Maxwell foi detida em julho de 2020, após a decisão da justiça dos Estados Unidos de perseguir os cúmplices do gestor bilionário e amigo de celebridades, entre elas o príncipe britânico Andrew, também envolvido no escândalo de abusos de menores. Desde então, a "socialite" está detida na prisão Metropolitana do Brooklyn, onde já reclamou várias vezes das condições insalubres e desumanas que alega viver.

As denunciantes, cujos nomes são mantidos em anonimato, acusam Maxwell de crimes que ocorreram entre 1994 e 2004. Duas tinham 14 e 15 anos na época em que afirmam que foram abusadas.

A acusação diz que Maxwell ganhava a confiança das jovens levando-as para fazer compras ou ao teatro e depois as persuadia para que dessem massagens em Epstein nuas em algumas de suas residências, antes de manter relações sexuais com ele em troca de dinheiro.

A Promotoria afirma que Maxwell às vezes participava dos supostos abusos tanto em sua casa de Londres como nas casas de Epstein em Manhattan, Palm Beach e Novo México.

O bilionário morreu aos 66 anos em uma prisão de Manhattan em agosto de 2019, enquanto aguardava um julgamento pelas acusações de tráfico sexual de menores, no que as autoridades de Nova York consideraram um suicídio.

O júri de 12 membros e seis substitutos que decidirá o futuro de Maxwell será constituído oficialmente nesta segunda-feira com o início do julgamento, que está previsto para durar até meados de janeiro.

A ré se declarou inocente das seis acusações, incluindo de tráfico de menores. Mas se sua culpa for confirmada em todas as acusações, poderá ser condenada a 80 anos de prisão. Nascida na França, também foi acusada de perjúrio, um delito que deverá ser julgado no final de 2022. As acusações de perjúrio estão relacionadas a depoimentos que ela deu em 2016 em um caso de difamação movido contra ela por Virginia Giuffre, suposta vítima e uma das principais denunciantes de Epstein.

Giuffre alega que Epstein a "emprestava" para fazer sexo com amigos poderosos, como o príncipe Andrew, a quem denunciou em Nova York. Ela alega que o integrante da família real britânica fez sexo com ela há mais de 20 anos, quando tinha 17 anos. Andrew, o segundo filho da rainha Elizabeth II, não foi acusado criminalmente e refutou essas acusações.

Sabe-se que Maxwell, amiga de Andrew por muitos anos, apresentou o príncipe a Epstein. Giuffre, agora com 38 anos, não faz parte da atual acusação contra Maxwell.

Espera-se que as quatro denunciantes, que se apresentarão no julgamento como vítimas menores 1, 2, 3 e 4, acusem Maxwell de operar uma rede de recrutamento de jovens que eram levadas a outros estados para fornecerem serviços sexuais a Epstein em troca de centenas de dólares. Maxwell, que teve sua fiança negada seis vezes desde sua prisão, provavelmente não deve testemunhar no julgamento.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895