Governo britânico tenta acalmar a população ante escassez de combustível

Governo britânico tenta acalmar a população ante escassez de combustível

Medo é consequência pela falta de motoristas de caminhões

AFP

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O governo britânico tentou tranquilizar nesta sexta-feira os cidadãos ante a escassez de combustível, que se une às consequências provocadas pela falta de motoristas de caminhões. De quase 1,2 mil postos de gasolina administrados pela inglesa BP, "cinco tiveram que ser fechados na quinta-feira", declarou ao canal Sky News o ministro dos Transportes, Grant Shapps, que garantiu que não foram registrados outros fechamentos.

O grupo americano ExxonMobil, proprietário dos postos da rede Esso, informou na quinta-feira que um "pequeno número" de seus 200 estabelecimentos nos supermercados Tesco também foram afetados pelo problema.

Diante dos temores pela falta de gasolina, o ministro pediu aos motoristas que "agissem como de costume" e afirmou que não precisam correr para fazer estoque, porque isso agravaria a situação. A Associação dos Transportes RHA (Road Haulage Association) calcula que o Reino Unido precisa de quase 100 mil caminhoneiros adicionais, uma carência que gerou crescentes problemas de abastecimento nas últimas semanas, incluindo nos supermercados.

A pandemia, que provocou a suspensão durante meses de centros de formação de novos motoristas, é "a principal causa" da situação que afeta outros países, destacou o ministro. Além disso, há "problemas a longo prazo", prosseguiu Shapps, antes de afirmar que este é um "trabalho difícil e mal pago."

O ministro defendeu salários mais elevados e melhores condições de trabalho no setor para atrair mais candidatos. A crise de saúde também levou muitos caminhoneiros, a maioria estrangeiros, a retornar para seus países.

Ao mesmo tempo, o Brexit dificulta a chegada de pessoas procedentes da União Europeia, devido aos trâmites de imigração muito mais complexos. Para Shapps, as pessoas estão "equivocadas" ao atribuir a origem dos problemas à saída do Reino Unido do bloco comunitário e argumentou que o "Brexit proporciona na realidade parte da solução".

"Graças ao Brexit, a lei pode mudar e alterar a maneira de funcionamento dos exames de direção de uma forma que não poderia ter acontecido se ainda estivéssemos na União Europeia", afirmou o ministro.


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