Governo da Nicarágua reconhece 273 presos por protestar em manifestações contra o presidente
Lei de terrorismo penaliza manifestantes com penas de até 20 anos de prisão
publicidade
Segundo o relatório apresentado pelo Ministério de Governo (Mingo), que controla o funcionamento do sistema penitenciário nacional, nas prisões nicaraguenses há 273 manifestantes presos, dos quais 17 são mulheres. A maioria dos detidos estão sendo processados por terrorismo, crime organizado ou outros delitos como porte ilegal de armas, assassinato ou sequestro, atribuídos pela Procuradoria por sua participação em protestos contra o governo.
A Nicarágua implementou em julho uma lei que criminaliza os manifestantes como "terroristas", com penas de até 20 anos de prisão. A opositora Unidade Nacional Azul e Branco contabiliza pelo menos 552 pessoas detidas por protestar e afirmam que elas "estão sendo submetidas a tratamentos cruéis e degradantes, a violações sexuales como método de tortura e, no caso das mulheres, a violência machista de seus carcereiros".
A repressão aos protestos contra o governo de Ortega deixou mais de 320 mortos, segundo grupos humanitários, enquanto as fontes oficiais contabilizam 199 vítimas fatais.