Guaidó anuncia chegada de ajuda humanitária à Venezuela por Brasil e Colômbia

Guaidó anuncia chegada de ajuda humanitária à Venezuela por Brasil e Colômbia

Autoproclamado presidente ganhou apoio do alto comando da Aviação Bolivariana

AFP

Juan Guaidó lidera manifestação contra Maduro neste sábado

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O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, anunciou neste sábado que começará nos próximos dias a chegada de ajuda humanitária na fronteira com o Brasil e a Colômbia, e em uma ilha do Caribe, e pediu aos militares que a deixem entrar no país.

"Já temos três pontos de aprovisionamento para a ajuda humanitária: Cúcuta (Colômbia) e farão outros dois, um ficará no Brasil e outro em uma ilha do Caribe", assegurou Guaidó, no palanque de onde lidera uma manifestação multitudinária.

Neste sábado, o general da divisão da Aviação venezuelana Francisco Yánez não reconheceu o presidente Nicolás Maduro em um vídeo divulgado nas redes sociais, convertendo-se no militar na ativa de mais alto escalão a reconhecer o autoproclamado presidente interino Juan Guaidó. "Me dirijo a vocês para informá-los que não reconheço a autoridade ditatorial e autoritária de Nicolás Maduro e reconheço o deputado Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela", declarou Yánez, que aparece uniformizado no vídeo, feito em um local desconhecido.

Yánez, diretor de Planejamento Estratégico do alto comando da Aviação Bolivariana, na base aérea de La Carlota, no leste de Caracas, assegurou que "90% da Força Armada Nacional Bolivariana (FAN) não estão com o ditador, estão com o povo da Venezuela". "Com os acontecimentos das últimas horas, a transição à democracia é iminente, continuar mandando a Força Armada seguir reprimindo o nosso povo é continuar com as mortes de fome, de doenças e, Deus me livre, de combates entre nós mesmos", advertiu.

A cúpula da Força Armada declarou em várias ocasiões sua lealdade absoluta ao presidente Maduro, mas a instituição mostra fissuras. Em 21 de janeiro, dois dias antes de Guaidó se autoproclamar presidente interino, 27 militares da Guarda Nacional se rebelaram contra Maduro, e após se entrincheirarem em um quartel de Caracas, foram detidos.

Essa rebelião fez explodir surtos de violência, com pequenos protestos e roubos, que deixaram em uma semana 40 mortos e 850 detidos, segundo relatórios da ONU. A ONG Controle Cidadão, presidida por San Miguel, calcula que 180 efetivos tenham sido detidos em 2018 acusados de conspirar, e 10.000 membros da Força Armada tenham pedido baixa desde 2015.

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