Guaidó convoca mobilização em toda a Venezuela no dia 23

Guaidó convoca mobilização em toda a Venezuela no dia 23

Longas filas de pessoas se formaram em Los Cortijos, setor de Caracas onde milhares de voluntários irão se inscrever

AFP

Guaidó convocou mobilização para buscar a ajuda humanitária enviada pelos Estados Unidos

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O líder opositor venezuelano Juan Guaidó convocou neste sábado mobilizações em todo o país no próximo dia 23, para acompanhar caravanas que irão à fronteira com a Colômbia e a outros pontos buscar a ajuda humanitária enviada pelos Estados Unidos. "Não será apenas na fronteira que estará o movimento voluntário (colaboradores do processo), será em todas as cidades do país onde haverá concentrações no dia 23 para aguardar a entrada da ajuda", anunciou Guaidó durante um ato no qual juramentou milhares de pessoas que irão participar da operação. 

"Não será apenas na fronteira que estará o movimento voluntário (brigadas de colaboradores). Em todas as cidades do país, haverá concentrações no dia 23 para aguardar a entrada da ajuda", anunciou Guaidó durante um ato no qual juramentou milhares de voluntários. Guaidó disse que as caravanas deverão ir não apenas à cidade colombiana de Cúcuta, mas também à fronteira com o Brasil e ao ponto onde chegará a de Curaçao.

"Não serão apenas caravanas, será todo um país voltado para dizer ao mundo que estaremos nas ruas até conseguirmos o fim da usurpação, o governo de transição e eleições livres", assinalou. O opositor informou que cerca de 600 mil pessoas se inscreveram como voluntárias para buscar a entrada dos carregamentos de remédios e alimentos que o governo Maduro recusa.

"Novamente a mensagem às Forças Armadas. Têm sete dias para que se posicionem ao lado da Constituição e façam o correto", manifestou, em meio à ovação de apoiadores. Maduro convocou nesta sexta-feira os militares a preparar um "plano especial de implementação" na fronteira com a Colômbia, ante o que denunciou como "planos de guerra" dos governos dos presidentes americano, Donald Trump, e colombiano, Iván Duque.

Filas

Longas filas de pessoas se formaram em Los Cortijos, setor de Caracas onde milhares de voluntários irão se inscrever, após o chamado de Guaidó. "Eu me inscrevi porque a ajuda humanitária é urgente. Estamos fazendo mágica para conseguir remédios, e os que consigo não posso pagar. Um parente morreu por falta de antibióticos", contou, na fila, Coromoto Crespo, 58. Reconhecido como presidente interino por 50 países, o também chefe do Congresso, de maioria opositora, redobrou o chamado aos militares para que permitam a entrada de ajuda, que tem como centros de provisão as fronteiras com Brasil e Colômbia, e a ilha de Curaçao. 

Maduro convocou nesta sexta-feira os militares a preparar um "plano especial de implementação" na fronteira com a Colômbia, ante o que denunciou como "planos de guerra" dos governos dos presidentes americano, Donald Trump, e colombiano, Iván Duque. Um carregamento de remédios e alimentos está armazenado desde 7 de fevereiro em Cúcuta (Colômbia), na fronteira com a Venezuela, perto de uma ponte bloqueada por militares venezuelanos com contêineres e um caminhão.

Outro carregamento chegará hoje dos Estados Unidos, e outro, enviado por Porto Rico, chegou ontem à fronteira com a Colômbia. Estão em processo de ativação os centros de provisão em Roraima e no aeroporto de Curaçao.

"Fronteira inexpugnável"

Guaidó afirma que a ajuda entrará em 23 de fevereiro, quando se completará um mês desde que ele se autoproclamou presidente. Em videoconferência transmitida ao vivo no Instagram, o presidente da Colômbia, Iván Duque, que se refere a Maduro como "ditador" e "usurpador", prometeu a Guaidó apoiá-lo "de modo decisivo" para a passagem da ajuda pela fronteira.

Maduro rejeita a ajuda por considerá-la a porta para uma invasão militar dos Estados Unidos, e pediu às Forças Armadas que avaliem "que novas forças são necessárias para que a fronteira seja inexpugnável". Maduro classifica de "migalhas de comida podre e contaminada" a ajuda, e culpa pela escassez as sanções dos Estados Unidos, que congelaram contas e ativos venezuelanos, gerando danos à economia que Caracas avalia em 30 bilhões de dólares.

Aumentando a pressão, os Estados Unidos anunciaram medidas punitivas contra cinco funcionários da segurança e inteligência venezuelanos, que se somam à bateria de sanções adotadas nos últimos meses. O vice-presidente americano, Mike Pence, pediu neste sábado à União Europeia (UE) que reconheça Guaidó como único presidente legítimo da Venezuela, no momento em que alguns países europeus bloqueiam uma posição comum do bloco.

UE e Uruguai enviarão nos próximos dias uma missão técnica à Venezuela com especialistas eleitorais e em ajuda humanitária, dentro do Grupo de Contato Internacional (GCI). Delegados de Guaidó afirmam que arrecadaram nas últimas três semanas mais de 100 milhões de dólares em ajuda para a Venezuela. O Chile também prepara toneladas de remédios e alimentos. O multimilionário britânico Richard Branson organiza um show no próximo dia 22 em Cúcuta com artistas como os espanhóis Alejandro Sanz e Miguel Bosé, o porto-riquenho Luis Fonsi e os colombianos Carlos Vives e Juanes, a fim de arrecadar outros 100 milhões de dólares em 60 dias.


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