Guaidó diz ter principais unidades militares a seu lado e mobiliza povo da Venezuela

Guaidó diz ter principais unidades militares a seu lado e mobiliza povo da Venezuela

Capital Caracas amanhece sob tensão após anúncio de operação "Liberdade"

Correio do Povo

Juan Guaidó diz que tem a seu lado as principais unidades militares da Venezuela

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O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó, se manifestou nesta terça-feira dizendo que tem a seu lado as principais unidades militares das Forças Armadas do país. Pelo Twitter, ele conclamou o povo a tomar as ruas da capital Caracas e de outras cidades na operação chamada de "Liberdade", antecipando as ações previstas para 1º de maio. "Comitês para ajuda e liberdade, eu convido vocês imediatamente para cobrirem as ruas da Venezuela. O primeiro de maio começou hoje, a cessação da usurpação começou hoje. Nós temos o povo da Venezuela. Hoje as forças estão com o povo", afirmou em vídeo.

Guaidó assegurou que tem o apoio de um grupo de "valentes soldados" na mensagem gravada na base de La Carlota. O governo fechou o trânsito nas principais vias perto local, e agentes atiram bombas de gás lacrimogêneo em quem tenta chegar perto. “As forças armadas tomaram a decisão correta, contam com o apoio do povo da Venezuela, com o avalo da nossa Constituição, com a garantia de estar do lado correto da história”, continuou.

"Povo da Venezuela, começou o fim da usurpação. Neste momento, me encontro com as principais unidades militares da nossa Força Armada, dando início à fase final da Operação Liberdade", escreveu na mesma rede social. "Hoje, todos nós queremos construir o futuro de nossos filhos. Neste momento, nós chamamos os funcionários públicos para a reconstrução da soberania. Hoje, corajosos soldados patrióticos, bravos homens ligados à Constituição, vieram ao nosso chamado, e nós definitivamente nos encontramos nas ruas", completou.

Leopoldo López Solto

Líder do Voluntad Popular, o político Leopoldo López, condenado por protestos anti-governamentais há cinco anos e que estava em prisão domiciliar, foi solto no início da manhã e se juntou ao presidente da Assembleia Nacional e militares dissidentes. Eles usam uma faixa azul no braço para identificar de que lado está cada um está. Lopez se entregara às autoridades venezuelanas em 18 de fevereiro de 2014, depois que um tribunal em Caracas ordenou que ele fosse preso por instigar a violência como um dos convocadores de uma manifestação que terminou com três mortos e dezenas feridos seis dias antes.

Ele foi para uma prisão militar acusado dos crimes de incitação de desordem pública, associação para cometer crime, e danos materiais. Acabou condenado em setembro de 2015 a quase 14 anos de prisão. Desde 2018, estava em prisão domiciliar graças a um processo de negociação comandado pelo ex-presidente do Governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero. Ele também falou em suas redes sociais sobre sua libertação e, de acordo com Guaidó, pediu protestos. "É hora de conquistar a liberdade, força e fé".

"Golpe de Estado"

O bolivariano Nicolás Maduro fala em nova tentativa de golpe de Estado. O ministro da comunicação, Jorge Rodriguez escreveu no Twitter que neste momento estão “enfrentando e desativando um reduzido grupo de militares efetivos traidores” que estão posicionados para “promover um golpe de Estado contra a Constituição e a paz da República”.

O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino, minimizou a situação e disse que há normalidade nos quarteis. "A Força Armada se mantém firme na defesa da Constituição e de suas autoridades legítimas. Todas as unidades militares das oito regiões de defesa integral reportam normalidade em seus quarteis e bases, sob mando de seus comandantes naturais", afirmou em suas redes sociais.

"Nós rejeitamos esse movimento golpista que visa encher o país de violência. Os pseudo-líderes políticos que se colocaram na linha de frente desse movimento subversivo usaram tropas e policiais com armas de guerra em uma via pública na cidade para criar ansiedade e terror. Eles são covardes! Permaneceremos firmes em defesa da ordem constitucional e da paz da República, assistidos como somos por lei, razão e história. Sempre fiel, Traidores nunca!", escreveu.


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