Guaidó pede ação e diz que Maduro ultrapassou "linhas vermelhas"

Guaidó pede ação e diz que Maduro ultrapassou "linhas vermelhas"

Pompeo pede soltura de Zambrano e adverte para consequências de não cumprimento

AFP

Guaidó pediu ação da comunidade internacional para solucionar crise na Venezuela

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O deputado venezuelano e autodeclarado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, pediu ação à comunidade internacional para resolver a crise no país. Ele acusa o presidente Nicolás Maduro de já ter passado todas as "linhas vermelhas" e cita como exemplo a detenção do deputado Edgar Zambrano, que qualifica de sequestro absurdo. Familiares de parlamentares da Assembleia Nacional da Venezuela - opositores do regime que são acusados e detidos - contam que perdem o contato com eles após a prisão.

Refúgio

Nas últimas horas, foram registrados pedidos de abrigo de políticos em embaixadas estrangeiras. Agências de notícias informaram que o deputado Américo de Grazia refugiou-se na embaixada italiana. Este não é o primeiro integrante do governo de Maduro a pedir abrigo.

O deputado, Richard Blanco já tinha procurado refugio na embaixada da Argentina. Esses deputados fazem parte de um grupo de dez, de quem o Supremo Tribunal retirou a imunidade parlamentar, depois de terem manifestado apoio a Juan Guaidó. O pedido de refúgio dos dois parlamentares ocorre depois da prisão de Edgar Zambrano, vice-presidente da Assembleia Nacional, de quem também tinha sido retirada a imunidade.

Do lado do presidente Nicolas Maduro, o presidente da Assembleia Constituinte, Diosdado Cabello, advertiu os países que condenaram a detenção, na quarta-feira, do vice-presidente do Parlamento, Edgar Zambrano, para que não se intrometam nos assuntos internos venezuelanos. Acrescentou que haverá novas medidas contra outros políticos venezuelanos, além dos parlamentares opositores dos quais a Assembleia Constituinte retirou a imunidade.

Estados Unidos

O secretário de Estado dos Estados Unidos (EUA), Mike Pompeo, exigiu, nessa quinta-feira à noite, a "libertação imediata" do vice-presidente da Assembleia Nacional venezuelana, Edgar Zambrano. "Este é um ataque à independência do Poder Legislativo democraticamente eleito e faz parte dos constantes ataques do regime (do presidente Nicolás) Maduro para esmagar o livre debate na Venezuela", declarou Pompeo, em comunicado.

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O chefe da diplomacia norte-americana disse que a "detenção arbitrária" do vice-presidente do Parlamento é "um ato inaceitável e ilegal que reflete, mais uma vez, a repressão do regime de Maduro". "Zambrano deve ser libertado imediatamente", afirmou. A declaração Pompeo foi dada um dia depois de aviso da embaixada virtual dos EUA em Caracas, que prometeu, em mensagem no Twitter, que "haverá consequências" se o parlamentar não for libertado.
 

 


"A detenção arbitrária de Edgar Zambrano pelas forças de segurança opressivas de (Nicolás) Maduro é ilegal e imperdoável",  disse a embaixada, cuja sede está na capital norte-americana. A conta oficial da embaixada no Twitter é administrada pelo Departamento de Estado norte-americano, em Washington.

Prisão

Na última quarta-feira, ao fim do dia, Zambrano foi detido por funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência da Venezuela (Sebin, serviços secretos) quando se encontrava dentro do seu carro, à porta da sede do partido Ação Democrática, em Caracas. Como se recusou a sair do carro, a polícia rebocou o carro para a prisão do Sebin, denominada Helicoide.


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